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Entregue-se ou morra, dizem EUA ao Taleban
Mensagem por rádio instrui soldado da milícia a se render a americanos, sinal de ação terrestre
DA REDAÇÃO
O Pentágono divulgou mensagem transmitida no Afeganistão
em que orienta soldados do Taleban a se entregarem "às forças dos
EUA", no mais forte indício até
agora de que os norte-americanos
já têm, ou terão em breve, tropas
para combate em solo afegão.
A mensagem, uma das muitas
transmitidas por rádio às tropas
afegãs do Taleban, afirma:
"Quando você decidir se render,
aproxime-se de forças dos EUA
com suas mãos para cima". Outro
trecho diz: "Rendam-se agora, e
nós lhes daremos uma segunda
chance". Esse sinal de que a ação
em solo está próxima segue afirmações nesse sentido feitas nos
últimos dias por norte-americanos e britânicos.
Ainda ontem, em Londres, o
primeiro-ministro Tony Blair disse não acreditar que os objetivos
militares da coalizão serão atingidos "apenas por meio do poder
aéreo". "Sempre dissemos que esta operação teria diferentes fases."
Em Washington, o general Richard Myers, chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, defendeu que os bombardeios "fizeram
progresso ao destruir a infra-estrutura do Taleban, criando condições para ações futuras". Anteontem à noite, o presidente norte-americano, George W. Bush,
afirmara que a ofensiva aérea está
"abrindo caminho para que tropas aliadas no chão" avancem.
O porta-aviões Kitty Hawk, no
mar da Arábia, abriga há alguns
dias fuzileiros navais e tropas das
forças especiais dos EUA, consideradas as mais adequadas para
missões de caça a terroristas como Osama bin Laden.
Deserções no Taleban
Apesar desses indícios, o secretário da Defesa dos EUA, Donald
Rumsfeld, disse, quando questionado sobre a presença de tropas
norte-americanas no Afeganistão, ser mais provável que tropas
desertoras do Taleban se unam a
forças de oposição à Aliança do
Norte. "É algo que pode estar
acontecendo enquanto conversamos", declarou o secretário à
emissora de TV CNN.
Segundo Rumsfeld, está surgindo efeito a estratégia de propaganda adotada pelos EUA no Afeganistão nos últimos dias: além
das transmissões de rádio em
pashtu e dari (línguas oficiais do
Afeganistão), aviões de guerra
têm lançado sobre o país panfletos que exaltam a superioridade
bélica dos EUA sobre o Taleban.
"Já tivemos casos de deserção e
rendição de soldados do Taleban", disse o secretário, dando
eco a relatos feitos anteriormente
pela Aliança do Norte.
Resposta de Bin Laden
A rede controlada pelo terrorista Osama bin Laden teria respondido às ameaças de ataque por
terra dos EUA. Segundo o Centro
de Observação Islâmica, com sede
em Londres, o comandante militar da Al Qaeda, Mohammed
Atef, disse que "a América não
perceberá seus erros até que seus
soldados sejam arrastados pelas
ruas do Afeganistão".
O mesmo centro afirmou que
uma bomba em Jalalabad matou
um dos comandantes da Al Qaeda, o egípcio Abu Baseer al-Masri.
Aliança do Norte
O chanceler da Aliança do Norte, Abdullah Abdullah, declarou
que o grupo rebelde continua ganhando posições do Taleban e
agora controla 30% do território
afegão, em vez dos 10% estimados
anteriormente. A afirmação foi
negada pelo Taleban.
Ontem, Cabul, Candahar e Jalalabad voltaram a ser atacadas pelas forças aéreas norte-americanas. Segundo a agência "Reuters",
ao menos seis pessoas morreram
devido à queda de uma bomba
em uma rua residencial da capital
afegã. Os números são conflitantes.
Com agências internacionais
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