São Paulo, sexta-feira, 19 de outubro de 2001

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Grupo desocupa depósito da ONU

DA REDAÇÃO

As autoridades do Taleban desocuparam ontem um dos dois armazéns do Programa Mundial de Alimentação da ONU que haviam sido ocupados anteontem.
Segundo o porta-voz do programa em Peshawar (Paquistão), Michael Huginns, o armazém de Cabul, com 5.300 toneladas de trigo, foi devolvido ao controle da ONU. O depósito de Candahar, onde há 1.600 toneladas de trigo, segue ocupado.
Hoje, 1,7 milhão de afegãos dependem da ajuda da ONU.
Enquanto isso, na mesma Candahar e em Mazar-e-Sharif (norte do país), a entidade humanitária Médicos Sem Fronteiras anunciou que seus depósitos de medicamentos foram saqueados. A organização não soube dizer quem foi responsável pela ação.
A entidade humanitária Human Rights Watch lançou um pedido a todos os envolvidos em combates no Afeganistão para não atrapalhar os serviços de ajuda a necessitados no país.

Número de mortos
O Taleban afirmou ontem, por meio do porta-voz Abdul Hai Mutmaen, que entre 600 e 900 pessoas morreram ou estão desaparecidas desde o começo dos ataques dos EUA ao Afeganistão, no dia 7.
Ele fez as afirmações, que não têm como ser confirmadas de forma independente neste momento, em uma entrevista de local desconhecido, concedida por videofone, para a TV Al Jazeera, do Qatar.
O número, além de impreciso, contrasta com os 400 mortos anunciados ontem também pelo embaixador da milícia no Paquistão, Abdul Salam Zaeef.
Para o Pentágono, as estimativas da milícia fundamentalista são ""ridículas". O secretário Donald Rumsfeld (Defesa) afirma que os ataques tentam evitar atingir civis, mas que algumas baixas são inevitáveis.
Testemunhas ouvidas por agências de notícias e oficiais do Taleban relataram ontem que pelo menos oito pessoas morreram ontem em Cabul.
""Perdi minha mãe, meu irmão, meu cunhado, minha avó. Perdi a esperança", afirmou um jovem chamado Abdullah à agência ""France Presse" em frente a um hospital da capital afegã.
O porta-voz do Taleban Amir Jan Muttaqi afirmou que, desde quarta-feira, 70 civis morreram em Cabul, Candahar e Jalalabad.


Com agências internacionais



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