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Doença pode chegar ao Brasil, diz especialista
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
A chegada da gripe aviária ao
Brasil pode acontecer a qualquer
momento, alertou o veterinário
Clayton Gitti, professor-adjunto
da Escola de Medicina Veterinária da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro).
Gitti disse à Folha que é difícil
prever a data em que os primeiros
casos da doença surgirão no país,
mas afirmou que as barreiras sanitárias, se forem montadas, serão incapazes de impedir a entrada de aves contaminadas, embora
tenham importância na estratégia
de combate ao problema.
O professor deu o exemplo das
andorinhas, que passam pelo Rio
de Janeiro vindas do Canadá, em
direção à região Sul.
"Essas aves podem trazer o vírus e estabelecê-lo aqui", afirmou
Gitti, acrescentando que a doença
afeta tanto as aves de abate para
consumo (galinhas, frangos, perus, patos, gansos e codornas, por
exemplo) quanto as de produção
(criadas para reproduzir).
Para o especialista, a forma mais
provável de o ser humano ser
contaminado é o contato direto
com as aves doentes. Segundo ele,
a doença também pode ser transmitida ao homem pelo suínos,
mas não por bovinos ou cães.
Gitti recomenda à população
que não consuma carnes cruas de
aves, pois o vírus "é extremamente sensível à temperatura". Segundo ele, o vírus morre quando a
carne é submetida a calor.
Os sinais físicos da doença são
semelhantes aos sintomas que
acometem o ser humano quando
gripado. A ave fica prostrada, de
cabeça baixa. Os veterinários registram ainda a presença de coriza e de uma espécie de ronco originário do peito do animal.
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, em viagem à Rússia, associou a ameaça de uma epidemia
de gripe aviária na Europa à possibilidade de incremento na exportação de frangos para o mercado russo. Segundo o presidente,
"aqui na Rússia tem gente que
não está comendo mais frango
por medo; vamos apresentar o
franguinho brasileiro bem criado,
para que [o consumidor russo]
possa saber que veio do Brasil, e
vai comer uma boa carne".
Os maiores Estados produtores
de aves do Brasil -Paraná e Santa Catarina- temem focos da gripe do frango no país e o impacto
na exportação. Segundo produtores, o perigo está na falta de controle da importação e das barreiras nos aeroportos.
Colaboraram Fábio Victor, enviado especial a Moscou, e a Agência Folha
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