São Paulo, quarta-feira, 19 de outubro de 2005

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GUERRA SEM LIMITES

ONU previne reinício de confrontos

Mortes em conflitos caíram desde o fim da Guerra Fria, diz estudo

DA REDAÇÃO

A quantidade de conflitos armados caiu 40% desde o fim da Guerra Fria e os atuais matam menos gente, diz um estudo da Universidade da Colúmbia Britânica em Vancouver, Canadá.
Entretanto, enquanto genocídio e abusos contra os direitos humanos recuam, os ataques terroristas de "alta fatalidade" não, de acordo com o Relatório de Segurança Humana. Mesmo assim, o terrorismo internacional mata uma quantidade pequena quando comparada às mortes em guerras.
"Não temos mais guerras enormes, com exércitos enormes e armas pesadas", disse Andrew Mack, que já teve cargo de diretoria na ONU e coordenou o estudo, patrocinado por Canadá, Reino Unido, Suécia, Noruega e Suíça.
"As guerras de hoje têm baixa intensidade e armas leves, em países muito pobres. São extremamente brutais, mas não matam mais tantas pessoas", disse.
O relatório diz que o total de conflitos diminuiu 40% desde que acabou a Guerra Fria, e Rússia e EUA pararam de financiar guerras de países subdesenvolvidos.
A média de mortes por conflito caiu de 37 mil em 1950 -durante a Guerra da Coréia- para 600 em 2002. O número de refugiados caiu 45% entre 1992 e 2003, acompanhando o fato de mais conflitos terminarem do que começarem.
Apesar dos insucessos da ONU em Ruanda, Srebrenica e Somália, a organização consegue parar de 40% a 60% dos conflitos, afirmou Mack. "Houve uma explosão de operações de paz amplas". Acrescentou: "A principal diferença é que impedem as guerras de recomeçar, o que é importante, pois 40% das guerras interrompidas tendem a começar de novo".
Ian Levine, diretor do Human Rights Watch, disse temer que a pesquisa tranqüilize as pessoas, quando há que fatos atuais a debater, como tortura no Iraque. "Sentimos que no momento estamos lutando para proteger as normas internacionais. Há um perigo real de retrocedermos."
Uma pesquisa com 6.000 pessoas de 11 países incluída no relatório mostra para onde migrou a atenção. Para 27%, a "ameaça mais preocupante" é a violência criminal. O terrorismo vem depois (15%), seguido de "ameaças econômicas e sociais" (13%). Dos brasileiros, 75% acham que vão sofrer alguma violência no próximo ano (a Tailândia, em segundo, tem 50%) e 20% sofreram violência nos últimos cinco anos (nenhum país passa de 15%). Responderam ainda pessoas de França, EUA, Reino Unido, Turquia, Canadá, Índia, Japão, Rússia e África do Sul.


Com agências internacionais

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