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Com bomba coreana, Rice promete proteger asiáticos
Reuters-18.out.2006
![](../images/e1910200601.jpg) |
Soldados norte-coreanos caminham perto de Sinuiji; país estaria planejando segundo teste nuclear, mas China tenta dissuadi-lo |
EUA temem efeitos do mau exemplo de Pyongyang; Japão nega buscar nuclearização
Apesar de negativa, líderes políticos defendem debate sobre o assunto; Hans Blix alerta para radicalização norte-coreana ante sanções
DA REDAÇÃO
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, reafirmou ontem, em Tóquio, que
seu país manterá "integralmente" o compromisso de defender seus aliados asiáticos.
O recado ganha um novo significado depois que a Coréia do
Norte efetuou seu primeiro
teste nuclear, no último dia 9.
Washington teme que, diante
da ameaça que o regime de
Pyongyang passou a representar, outros países asiáticos
-Japão, Coréia do Sul e Taiwan- também procurem construir a bomba atômica.
O chanceler japonês, Taro
Aso, tranqüilizou Rice e afirmou que seu governo "não tem
nenhuma intenção de se nuclearizar".
Mas o próprio Aso, relata o
"New York Times", participou
ontem de um debate parlamentar em que, mesmo negando
querer a bomba, disse ser "importante" que o tema seja discutido. Criticou o tabu que envolve o assunto no Japão, justificado pelo grande trauma de
1945 -as bombas de Hiroxima
e Nagasaki.
No domingo Shoichi Nakagawa, dirigente do Partido Democrata Liberal, também criticou
o tabu e defendeu a discussão
do assunto.
Assessores de Condoleezza
Rice afirmam saber que o Japão possui tecnologia para testar uma bomba a médio prazo,
e que mesmo a suposta existência de tal plano reabriria feridas
regionais e envenenaria a atmosfera diplomática na Ásia.
O segundo teste
Ao chegar ontem a Tóquio,
Rice foi informada de que satélites espiões americanos registraram intensa movimentação
na área em que Pyongyang explodiu sua primeira bomba, o
que sugere a possibilidade de
uma segunda explosão. A rede
de televisão americana NBC
disse que os norte-coreanos comunicaram à China que o segundo teste estava a caminho.
O presidente chinês, Hu Jintao, diz a Associated Press, enviou dois emissários a Pyongyang, provavelmente com o objetivo de dissuadir seu pequeno
e isolado vizinho comunista de
prosseguir com o plano. São
eles o diplomata Tang Jiaxuan
e o especialista em questões
nucleares Wu Dawei.
Em Estocolmo, em entrevista a uma emissora sueca de rádio, Hans Blix, ex-chefe da missão da ONU no Iraque que procurou arsenais de destruição
em massa durante o regime de
Saddam Hussein, disse que
Pyongyang tende a se radicalizar caso cresçam as pressões
contra a sua bomba. Sanções e
ameaças, disse, provocarão
uma escalada, em lugar de permitir uma solução diplomática.
O jornal norte-coreano "Rodong Sinmum" atacou ontem a
Coréia do Sul por se associar às
sanções votadas sábado pelo
Conselho de Segurança. Qualificou a decisão de "traição".
Com agências internacionais
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