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Fidel diz ter delegado chefia do PC cubano
Ex-ditador cita saúde frágil, mas não deixa claro se já renunciou oficialmente ao cargo que ocupa desde 1965
Segundo imprensa
oficial, em evento com
estudantes, ele afirmou
nunca ter hesitado
em "deixar posições"
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O ex-ditador de Cuba, Fidel Castro, disse em encontro
com estudantes que a saúde
frágil o obrigou a delegar poderes como chefe do Partido
Comunista, mas não deixou
claro se renunciou ao posto.
"Fiquei doente e fiz o que
deveria fazer: deleguei meus
poderes. Não posso fazer o
que não estou em condições
de me dedicar em tempo integral", disse Fidel, 84, sugerindo que pode ter deixado a
liderança do partido oficial.
"Eu sou apenas um soldado das ideias. Não hesitei em
nenhum momento em deixar
as minhas posições", disse o
ex-ditador cubano, de acordo com a imprensa oficial.
Fidel, líder da Revolução
de 1959, cedeu o poder interinamente ao seu irmão, Raúl
Castro, em 2006, para se submeter a tratamento de saúde
no intestino -a doença que o
acometeu não foi revelada.
Dois anos depois, em fevereiro de 2008, renunciou oficialmente à Presidência cubana em nome de Raúl, que
assumiu prometendo promover reformas econômicas e
maior abertura no regime.
Fidel manteve, porém, pelo menos oficialmente, a chefia do partido único cubano.
No começo deste mês,
Raúl convocou para abril do
próximo ano que vem um raro Congresso partidário. O
evento não ocorre desde 1997
e, segundo Havana, discutirá
o futuro econômico da ilha.
No encontro com os estudantes, promovido para discutir justamente o plano econômico que será lançado no
Congresso, o ex-ditador "esclareceu" que não comparecia na qualidade de primeiro-secretário do partido.
Especula-se que, no evento, para o qual está previsto
ainda o ingresso de "novos
membros" e a "separação ou
liberação" de outros, seja ratificada a substituição do de
Fidel como chefe do partido.
Fidel ocupa a Primeira-Secretaria do Partido Comunista cubano desde 1965.
MODELO CHINÊS
Segundo a imprensa oficial, Fidel disse ainda aos estudantes estar "contente porque o país está marchando,
apesar de todos os desafios".
Relembrou também um
discurso proferido há cinco
anos, quando ainda liderava
o regime cubano, em que defendia a urgência de se corrigir "muitos erros" para evitar
a "autodestruição" do país.
Fidel sugeriu aos ouvintes
que estudassem o modelo
chinês, que, a partir de uma
experiência comunista, "retificou o que tinha que retificar" e agora cresce a taxas
anuais de até 10% do PIB.
"Vale a pena estudar a China. A China não é os EUA, está lutando contra o sistema
imposto pelos EUA. Lá vige o
Estado, não as empresas."
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