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PASSADO AUTORITÁRIO
Novo presidente sul-coreano foi acusado de instigar protestos sufocados violentamente
Cidade que foi palco de massacre festeja vitória de Kim
ANDRÉ LUIZ GHEDINE
do Banco de Dados
Kwangju tinha ontem um motivo especial para celebrar a vitória de Kim Dae Jung -a cidade foi palco, em 1980, de um sangrento massacre ordenado pelo mesmo regime militar que o novo presidente combateu.
Em maio de 1980, 193 manifestantes foram mortos por tropas de elite do Exército quando protestavam contra o governo militar do general Chun Doo Hwan, que subira ao poder em 1979.
Os manifestantes se preparavam para enfrentar a polícia quando foram surpreendidos pela ação do Comando Especial de Guerra, unidade do Exército treinada para enfrentar uma eventual invasão comunista.
Foram dez dias de massacres. Segundo testemunhas, os soldados atiravam para matar e fuzilavam os detidos. De acordo com fontes extra-oficiais, o número de mortos pode ter passado de 2.000. Após o massacre, protestos e choques entre manifestantes e policiais se tornaram frequentes.
Kim esteve próximo de ser executado pelo regime militar, após ser acusado de haver incitado as manifestações pró-democracia.
O general Chun Doo Hwan foi condenado à morte no ano passado por ter ordenado o massacre. Sua pena foi comutada para prisão perpétua.
Com agências internacionais
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