São Paulo, Domingo, 19 de Dezembro de 1999


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Índice

RÉVEILLON 2000
50% ficarão em casa na virada
Reino Unido vê Ano Novo chegar em casa

FÁBIO ZANINI
de Londres

Para grande parte dos britânicos, a chegada do ano 2000 será um réveillon como outro qualquer. De acordo com pesquisa encomendada pela associação de comerciantes britânicos, exatamente metade dos 2.000 entrevistados pretende ficar em casa na noite do próximo dia 31 de dezembro.
Para efeito de comparação, no réveillon do ano passado apenas um terço dos britânicos deixaram de sair para jantar, beber em bares ou comemorar a meia-noite em uma casa noturna.
Os grandes responsáveis pelo desânimo no Reino Unido são os preços previstos para a grande noite, pelo menos duas vezes mais altos que o habitual.
Em Londres (capital britânica), que, normalmente, já é uma das cidades mais caras do mundo, os custos de hotéis, restaurantes e danceterias devem beirar o absurdo na virada do ano.
Na região do Mayfair, equivalente londrino dos Jardins de São Paulo, um jantar para duas pessoas não sairá por menos de 150 libras (R$ 430). Mesmo em restaurantes mais modestos, será difícil desembolsar menos de 50 libras (R$ 140).
Se, depois dos jantar, o casal quiser ir à Ministry of Sound, mais famosa casa noturna da cidade, ainda terá de pagar, por pessoa, mais 110 libras (cerca de R$ 300).
No Wag, clube de rock alternativo na região boêmia do Soho, a entrada custará 50 libras, quando o preço normal é 8 libras.
"O preço é uma forma de selecionar a clientela e permitir pagar nossos custos de pessoal, que receberão bônus para trabalhar na virada do ano", diz um dos sócios do Wag.
Como se não bastasse, pais que tiverem filhos pequenos terão de pagar até 300 libras por serviços de babás.
Poucos também estão se animando a viajar. As agências de viagem estão tendo de reduzir preços em até 80% por falta de interesse.
De acordo com a pesquisa, mesmo quem não pretendia fazer nenhum programa caro na noite da virada está sendo dissuadido a sair de casa, com receio da invasão de turistas esperados para Londres -4 milhões.

Bug do ano 2000
Para completar, a neurose com o bug do ano 2000 (falha que pode atingir computadores e sistemas informatizados na passagem de 1999 para o próximo ano) está afugentando pessoas preocupadas com uma possível pane em semáforos, sistemas de iluminação, telefones e metrôs.
Um consolo para os que esperam ansiosamente pelo ano 2000 em Londres é saber que quase todos os britânicos que não ligam para os preços e para possíveis tumultos pretendem festejar para valer.
Desse grupo, nada menos que 83% dos entrevistados garantem que vão estar comemorando até o dia raiar em 1º de janeiro.


Texto Anterior: Marca registrada: Bares britânicos vão fechar mais tarde
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.