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RÉVEILLON 2000
50% ficarão em casa na virada
Reino Unido vê Ano
Novo chegar em casa
FÁBIO ZANINI
de Londres
Para grande parte dos britânicos, a chegada do ano 2000 será
um réveillon como outro qualquer. De acordo com pesquisa encomendada pela associação de
comerciantes britânicos, exatamente metade dos 2.000 entrevistados pretende ficar em casa na
noite do próximo dia 31 de dezembro.
Para efeito de comparação, no
réveillon do ano passado apenas
um terço dos britânicos deixaram
de sair para jantar, beber em bares
ou comemorar a meia-noite em
uma casa noturna.
Os grandes responsáveis pelo
desânimo no Reino Unido são os
preços previstos para a grande
noite, pelo menos duas vezes mais
altos que o habitual.
Em Londres (capital britânica),
que, normalmente, já é uma das
cidades mais caras do mundo, os
custos de hotéis, restaurantes e
danceterias devem beirar o absurdo na virada do ano.
Na região do Mayfair, equivalente londrino dos Jardins de São
Paulo, um jantar para duas pessoas não sairá por menos de 150
libras (R$ 430). Mesmo em restaurantes mais modestos, será difícil desembolsar menos de 50 libras (R$ 140).
Se, depois dos jantar, o casal
quiser ir à Ministry of Sound,
mais famosa casa noturna da cidade, ainda terá de pagar, por
pessoa, mais 110 libras (cerca de
R$ 300).
No Wag, clube de rock alternativo na região boêmia do Soho, a
entrada custará 50 libras, quando
o preço normal é 8 libras.
"O preço é uma forma de selecionar a clientela e permitir pagar
nossos custos de pessoal, que receberão bônus para trabalhar na
virada do ano", diz um dos sócios
do Wag.
Como se não bastasse, pais que
tiverem filhos pequenos terão de
pagar até 300 libras por serviços
de babás.
Poucos também estão se animando a viajar. As agências de
viagem estão tendo de reduzir
preços em até 80% por falta de interesse.
De acordo com a pesquisa, mesmo quem não pretendia fazer nenhum programa caro na noite da
virada está sendo dissuadido a
sair de casa, com receio da invasão de turistas esperados para
Londres -4 milhões.
Bug do ano 2000
Para completar, a neurose com
o bug do ano 2000 (falha que pode
atingir computadores e sistemas
informatizados na passagem de
1999 para o próximo ano) está
afugentando pessoas preocupadas com uma possível pane em
semáforos, sistemas de iluminação, telefones e metrôs.
Um consolo para os que esperam ansiosamente pelo ano 2000
em Londres é saber que quase todos os britânicos que não ligam
para os preços e para possíveis tumultos pretendem festejar para
valer.
Desse grupo, nada menos que
83% dos entrevistados garantem
que vão estar comemorando até o
dia raiar em 1º de janeiro.
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