|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRIBUNAL DA ONU
Coronel acusado de idealizar genocídio ruandês é condenado
DA REDAÇÃO
Considerado o idealizador
do genocídio ruandês (1994),
o coronel Theoneste Bagosora foi condenado ontem à
prisão perpétua pelo Tribunal Penal Internacional para
Ruanda (TPIR). A Corte instalada na Tanzânia pela
ONU, que há 14 anos busca
levar à Justiça os responsáveis pelo massacre de 800
mil, condenou outros dois altos oficiais e absolveu um
terceiro. Cabe recurso em
Haia, onde funciona a segunda instância do TPIR.
Gratien Kabiligi, ex-chefe
de operações militares de
Ruanda, foi absolvido. Segundo o tribunal, Bagosora,
então chefe-de-gabinete do
Ministério da Defesa, era "a
mais alta autoridade no órgão com poder sobre o Exército" nos dias seguintes ao
ataque que matou o presidente Juvénal Habyarimana
e precipitou o massacre de
tutsis e hutus moderados.
Com o avanço da Frente
Patriótica Ruandesa (FPR),
grupo tutsi hoje no governo,
Bagosora fugiu de Ruanda,
mas foi preso em 1996.
Após ouvir 242 testemunhas em dois anos, o tribunal
considerou Bagosora culpado por genocídio, crime contra a humanidade e responsável direto pelo assassinato
da premiê Agathe Uwilingiyimana e dos dez militares
belgas que a protegiam sob
mandato da ONU. O ataque
levou à retirada da ONU.
O TPIR prioriza casos
complexos e foi o primeiro
tribunal a condenar um chefe de governo, o ex-premiê
Jean Kambanda, por genocídio. O prazo para o fim dos
processos da Corte, custosa e
lenta, acaba em 2009 -2010
para apelações. Até hoje, foram concluídos apenas 42
julgamentos; há 18 em curso.
"Exista uma pressão forte
para transferir os casos para
a Justiça local", diz Tarciso
dal Maso Jardim, especialista em direito internacional
humanitário. A maioria dos
60 mil suspeitos de participar do genocídio foram julgados por cortes comunitárias tradicionais, que buscam
promover a reconciliação
nacional em Ruanda.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Hamas anuncia fim da trégua com Israel Próximo Texto: Líder chinês prega estabilidade nos 30 anos das reformas Índice
|