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Detida assessora de Blair em escândalo eleitoral
Partido teria trocado honrarias por empréstimos
COLIN BROWN
DO "INDEPENDENT"
O cerco a Tony Blair se apertou ainda mais ontem, depois
que uma importante assessora
do premiê britânico foi detida
por suspeita de obstruir o trabalho da Justiça, como parte da
investigação policial sobre o escândalo causado pela suposta
concessão de honrarias em troca de empréstimos para o Partido Trabalhista.
Ruth Turner, diretora de relações governamentais no gabinete pessoal do premiê, foi detida cautelarmente, e libertada
sob fiança, e sem ser acusada,
depois de passar por interrogatórios. Ela pode voltar a ser
questionada pela polícia.
Ela é a funcionária de cargo
mais importante, entre os subordinados de Blair, a ser detida até o momento, e a quarta
pessoa detida em função do inquérito em curso na Polícia
Metropolitana londrina -que
vem sinalizando claramente
sua determinação de procurar
provas que permitam formalizar acusações, a despeito dos
danos e embaraços que isso
vem causando ao governo.
Turner, que serve como intermediária e como controladora da agenda do primeiro-ministro, foi interrogada em
setembro pela Scotland Yard
sobre e-mails e documentos
que tentavam estabelecer que
doadores de fundos para o Partido Trabalhista deveriam ser
incluídos na lista anual de
honrarias da Coroa.
Um comunicado da polícia,
ontem, deixou claro que os investigadores ficaram insatisfeitos com a precisão das respostas recebidas de Turner, o que
despertou novas suspeitas.
A detenção de Turner provocou temores nos círculos trabalhistas quanto à possibilidade
de que a polícia tivesse descoberto uma prova direta, em
meio à correspondência física e
eletrônica do gabinete de Blair.
Outros detidos
A equipe da Scotland Yard
interrogou Blair na residência
oficial do primeiro-ministro,
em Downing Street, antes do
Natal, quanto à oferta de
honrarias nobiliárquicas a empresários, em troca de empréstimos secretos ao partido, antes
da eleição geral de 2005.
Os detidos até o momento
pela Scotland Yard foram lorde
Levy, amigo íntimo de Blair e
importante organizador de
campanhas de arrecadação de
fundos para os trabalhistas;
Des Smith, professor e organizador de campanhas para arrecadação de fundos destinados a
escolas londrinas, que se vangloriou a um repórter de que os
maiores doadores às escolas receberiam honrarias; e sir Christopher Evans, diretor de uma
empresa de biotecnologia, que
emprestou um milhão de libras
ao Partido Trabalhista antes da
mais recente eleição.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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