São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 2007

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Detida assessora de Blair em escândalo eleitoral

Partido teria trocado honrarias por empréstimos

COLIN BROWN
DO "INDEPENDENT"

O cerco a Tony Blair se apertou ainda mais ontem, depois que uma importante assessora do premiê britânico foi detida por suspeita de obstruir o trabalho da Justiça, como parte da investigação policial sobre o escândalo causado pela suposta concessão de honrarias em troca de empréstimos para o Partido Trabalhista. Ruth Turner, diretora de relações governamentais no gabinete pessoal do premiê, foi detida cautelarmente, e libertada sob fiança, e sem ser acusada, depois de passar por interrogatórios. Ela pode voltar a ser questionada pela polícia.
Ela é a funcionária de cargo mais importante, entre os subordinados de Blair, a ser detida até o momento, e a quarta pessoa detida em função do inquérito em curso na Polícia Metropolitana londrina -que vem sinalizando claramente sua determinação de procurar provas que permitam formalizar acusações, a despeito dos danos e embaraços que isso vem causando ao governo.
Turner, que serve como intermediária e como controladora da agenda do primeiro-ministro, foi interrogada em setembro pela Scotland Yard sobre e-mails e documentos que tentavam estabelecer que doadores de fundos para o Partido Trabalhista deveriam ser incluídos na lista anual de honrarias da Coroa. Um comunicado da polícia, ontem, deixou claro que os investigadores ficaram insatisfeitos com a precisão das respostas recebidas de Turner, o que despertou novas suspeitas. A detenção de Turner provocou temores nos círculos trabalhistas quanto à possibilidade de que a polícia tivesse descoberto uma prova direta, em meio à correspondência física e eletrônica do gabinete de Blair.

Outros detidos
A equipe da Scotland Yard interrogou Blair na residência oficial do primeiro-ministro, em Downing Street, antes do Natal, quanto à oferta de honrarias nobiliárquicas a empresários, em troca de empréstimos secretos ao partido, antes da eleição geral de 2005.
Os detidos até o momento pela Scotland Yard foram lorde Levy, amigo íntimo de Blair e importante organizador de campanhas de arrecadação de fundos para os trabalhistas; Des Smith, professor e organizador de campanhas para arrecadação de fundos destinados a escolas londrinas, que se vangloriou a um repórter de que os maiores doadores às escolas receberiam honrarias; e sir Christopher Evans, diretor de uma empresa de biotecnologia, que emprestou um milhão de libras ao Partido Trabalhista antes da mais recente eleição.


Tradução de PAULO MIGLIACCI


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