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ÁSIA
China institui celebração de "libertação" do Tibete em 59
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
O governo chinês decidiu
criar uma data comemorativa para celebrar a libertação
de "servos e escravos" do Tibete, no próximo 28 de março. Nesse dia, em 1959, o regime comunista de Mao Tsé-tung oficialmente acabava
com o regime "aristocrático
do Tibete", nas palavras do
governo, após ter derrotado
uma tentativa de golpe liderada pelo dalai-lama, então
com 23 anos de idade.
Em 1950, forças comunistas invadiram a Província e
tomaram o poder, que era
exercido de forma teocrática
pelo dalai-lama, líder político e religioso. Autonomia e
domínio pela China se revezaram por séculos na região
de população budista nas alturas do Himalaia.
A criação da data reforça
temores de confrontos e
mais repressão na Província
separatista. A dissidência tibetana comemora todo 14 de
março a tentativa fracassada
de golpe contra a China.
Nas últimas semanas, o governo chinês tem aumentado a repressão contra a dissidência. Intelectuais que assinaram no mês passado um
manifesto pela democratização e respeito aos direitos
humanos, chamado de Carta
de Direitos 8, nome inspirado por movimento similar na
antiga Tchecoslováquia (a
Carta 77), foram presos e um
blog que servia de espaço para opositores foi bloqueado.
O Comitê do Congresso do
Povo do governo tibetano
aprovou no domingo a data
comemorativa, mas a decisão foi noticiada ontem. Os
382 deputados aprovaram a
proposta por "unanimidade". "Isso significou o fim da
servidão e a abolição do sistema social hierárquico caracterizado pela teocracia,
com o dalai-lama como líder", disse a agência estatal
Xinhua em texto divulgado
ontem, que afirma que 90%
da população tibetana em
1959, de 1,1 milhão, era formada por escravos e servos.
Em março do ano passado,
a repressão policial contra
protestos de monges terminou em distúrbios onde morreram pelo menos 20 pessoas.
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