São Paulo, quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

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"Não há saques generalizados", diz emissário da ONU

DO ENVIADO A PORTO PRÍNCIPE

O representante do secretário-geral da ONU no Haiti, Edmond Mulet, assegurou ontem que a violência em Porto Príncipe não é generalizada e citou os congestionamentos no aeroporto da capital e na fronteira com a República Dominicana como os principais problemas para a chegada de ajuda.
"Há algumas pessoas roubando comida para sobreviver, isso é algo normal nessas circunstâncias. Mas não há saques generalizados, não há gangues atacando ou controlando a cidade, como alguns meios de comunicação, de forma bastante irresponsável, estão reportando", disse o diplomata guatemalteco em entrevista coletiva.
As declarações de Mulet ecoam o que havia relatado o comandante militar da Minustah, general Floriano Peixoto, em videoconferência com autoridades brasileiras na manhã de ontem.
Peixoto reportou a representantes do Exército, do Ministério da Defesa, do Itamaraty e da Presidência da República que a situação no país está "sob controle" e é menos grave do que a divulgada pela imprensa.
O general disse ainda que a divulgação de cenas de violências, como saques e confrontos, pode agravar a situação no país atingido pelo terremoto. Ele ponderou que os casos mais graves de violências não são generalizados.
Caberá ao general Peixoto decidir quando e quantos brasileiros serão necessários para reforçar a missão de paz da ONU no Haiti.
Na entrevista de ontem, Mulet disse que houve um acordo para que os militares americanos se encarreguem de operações de distribuição de ajuda humanitária na capital haitiana, enquanto as Forças Armadas canadenses farão o mesmo trabalho nas várias cidades do interior igualmente atingidas.
Um informe da ONU obtido pela Folha mostra que as principais preocupações incluem as limitações operacionais do pequeno aeroporto da capital, sob controle americano, incluindo a falta de locais para estocar alimentos; o congestionamento da estrada que vem da República Dominicana; o fato de que o porto marítimo de Porto Príncipe está inoperante; a falta de helicópteros e caminhões; falta de combustível e a grande dispersão de desabrigados.
O representante máximo da ONU prometeu ainda que haverá vários bancos reabertos pela capital até sexta. A ONU fará a segurança desses locais durante uma semana.
Entre os principais problemas listados por Mulet está a inflação no preço dos alimentos. Segundo ele, 25 kg de arroz custam 2.500 gourdes (R$ 111), contra 900 gourdes (R$ 40) antes do terremoto. (FM)


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