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"Não há saques generalizados", diz emissário da ONU
DO ENVIADO A PORTO PRÍNCIPE
O representante do secretário-geral da ONU no Haiti, Edmond Mulet, assegurou ontem
que a violência em Porto Príncipe não é generalizada e citou
os congestionamentos no aeroporto da capital e na fronteira
com a República Dominicana
como os principais problemas
para a chegada de ajuda.
"Há algumas pessoas roubando comida para sobreviver,
isso é algo normal nessas circunstâncias. Mas não há saques
generalizados, não há gangues
atacando ou controlando a cidade, como alguns meios de comunicação, de forma bastante
irresponsável, estão reportando", disse o diplomata guatemalteco em entrevista coletiva.
As declarações de Mulet
ecoam o que havia relatado o
comandante militar da Minustah, general Floriano Peixoto,
em videoconferência com autoridades brasileiras na manhã
de ontem.
Peixoto reportou a representantes do Exército, do Ministério da Defesa, do Itamaraty e da
Presidência da República que a
situação no país está "sob controle" e é menos grave do que a
divulgada pela imprensa.
O general disse ainda que a
divulgação de cenas de violências, como saques e confrontos,
pode agravar a situação no país
atingido pelo terremoto. Ele
ponderou que os casos mais
graves de violências não são generalizados.
Caberá ao general Peixoto
decidir quando e quantos brasileiros serão necessários para
reforçar a missão de paz da
ONU no Haiti.
Na entrevista de ontem, Mulet disse que houve um acordo
para que os militares americanos se encarreguem de operações de distribuição de ajuda
humanitária na capital haitiana, enquanto as Forças Armadas canadenses farão o mesmo
trabalho nas várias cidades do
interior igualmente atingidas.
Um informe da ONU obtido
pela Folha mostra que as principais preocupações incluem as
limitações operacionais do pequeno aeroporto da capital, sob
controle americano, incluindo
a falta de locais para estocar
alimentos; o congestionamento da estrada que vem da República Dominicana; o fato de que
o porto marítimo de Porto
Príncipe está inoperante; a falta de helicópteros e caminhões;
falta de combustível e a grande
dispersão de desabrigados.
O representante máximo da
ONU prometeu ainda que haverá vários bancos reabertos
pela capital até sexta. A ONU
fará a segurança desses locais
durante uma semana.
Entre os principais problemas listados por Mulet está a
inflação no preço dos alimentos. Segundo ele, 25 kg de arroz
custam 2.500 gourdes (R$ 111),
contra 900 gourdes (R$ 40) antes do terremoto.
(FM)
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