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ONU se prepara para desarmar a população
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A missão de paz das Nações Unidas no Haiti se
prepara para desarmar a
população na tentativa de
conter a violência no país e
evitar que a busca por água
e comida se transforme
num problema de segurança pública.
As tropas brasileiras
voltaram a garantir prioritariamente a segurança na
área de atuação em Porto
Príncipe. O Exército brasileiro confirma que, "após
ter atuado em apoio humanitário à população
haitiana e com a chegada
de especialistas em resgate", o batalhão que representa o país na Minustah, a
missão de paz da ONU, já
retomou a missão de pacificar o país.
"A ideia é não deixar que
a situação de segurança se
agrave. Além de desarmar
a população, será preciso
prender de novo os criminosos que fugiram", afirmou Giancarlo Summa,
diretor do Centro de Informações das Nações
Unidas no Brasil.
Summa diz que o aumento de mais 3.500 homens na tropa, sendo
1.500 policiais, é uma garantia de "reserva estratégica" no caso de a segurança se deteriorar no país.
A prioridade, contudo, é
ajudar os feridos, distribuir mantimentos, sepultar os mortos e limpar os
escombros. "Mas tudo isso
tem que ser feito com controle total da ordem pública. Temos que evitar que
saques e incidentes pontuais se transformem em
problemas de segurança
pública", afirmou.
Ontem, o governo federal informou que a cerimônia de honras fúnebres
aos 17 militares brasileiros
que morreram durante o
terremoto no Haiti deverá
ocorrer somente amanhã.
Inicialmente marcada
para hoje, a solenidade foi
adiada porque falta liberar
o corpo de Luiz Carlos da
Costa, que ocupava o segundo cargo diplomático
mais importante da missão da ONU no Haiti.
Ainda há dois desaparecidos, o major do Exército
Márcio Guimarães Martins e o tenente Cleiton
Neiva, licenciado da Polícia Militar do DF.
Auxiliares da Presidência disseram que o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva irá à solenidade.
O gabinete de crise resolveu enviar ao Haiti três
funcionários do Ministério da Saúde para avaliação de riscos epidemiológicos. O governo também
avalia a possibilidade de
montar no Haiti uma "estrutura temporária para
tratar da coordenação da
ajuda humanitária", formada por integrantes dos
ministérios das Relações
Exteriores, Defesa, Saúde
e Integração Nacional.
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