São Paulo, quinta, 20 de fevereiro de 1997.

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Transição deverá ser estável

de Pequim

A transição pós-Deng, em seus primeiros capítulos, deverá ser estável, sem os sobressaltos que marcaram os anos seguintes à morte de Mao Tse-tung.
As reformas econômicas vão continuar, já que toda a elite dirigente apóia as mudanças, divergindo apenas quanto à velocidade e prioridades.
A liderança chinesa também abandonou a intolerância dos tempos da Revolução Cultural e aprendeu a negociar.
Uma luta palaciana entre facções, como na década de 70, parece ter saído do cardápio.
Atualmente, prevalece a idéia de se manter o país estável para continuar as reformas e, mais importante, para preservar o Partido Comunista (PC) como proprietário único do poder.
Jiang Zemin possui uma base de apoio político construída ao longo dos últimos anos, quando ele assumiu a direção do PC chinês e conseguiu assegurar o título de sucessor de Deng Xiaoping.
O presidente chinês contou com um período de tempo que Hua Guofeng, o substituto de Mao, não teve, já que a sucessão do ``Grande Timoneiro'' foi decidida apenas cinco meses antes de sua morte.
Hua, sem tempo para organizar seus alicerces no poder, acabou prensado entre os comunistas radicais da ``Gangue dos Quatro'', liderados por Jian Qing, a mulher de Mao, e os moderados do marechal Ye Jianying. Da turbulência daqueles anos, saíram derrotados Hua e Jian. (JS)
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