São Paulo, sexta-feira, 20 de fevereiro de 2004

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INTOLERÂNCIA

Afirmação foi feita por comissário europeu em seminário que reuniu lideranças judaicas, que criticaram a entidade

Europa promete aumentar combate ao anti-semitismo

DA REDAÇÃO

A União Européia disse a líderes judaicos de todo o mundo que os países do bloco devem combater com mais força o anti-semitismo, que tem crescido nos últimos anos no continente com ataques contra judeus e violações a símbolos do judaísmo.
O presidente da Comissão Européia, Romano Prodi, afirmou que os ministros do Interior e os chanceleres europeus devem ter um papel cada vez mais forte na luta contra o anti-semitismo.
Porém Prodi fez questão de afirmar que o anti-semitismo de hoje não pode ser comparado ao dos anos 1930 e 1940, quando ocorreu o Holocausto, o extermínio de 6 milhões de judeus pelos nazistas.
A declaração de Prodi, dada em seminário sobre o anti-semitismo que contou com a participação das principais lideranças judaicas mundiais, foi uma resposta ao discurso do embaixador dos EUA na União Européia, Rockwell Schnabel, que afirmou que o anti-semitismo está "atingindo um ponto tão grave quanto nos anos 1930", época da ascensão do nazismo na Alemanha.
O anti-semitismo vem crescendo na Europa, com ataques contra judeus e símbolos da religião judaica, como sinagogas e cemitérios. Autoridades atribuem muitas das violações a jovens muçulmanos, muitas vezes marginalizados pelos europeus, que transferem suas frustrações com o conflito israelo-palestino aos judeus.
A ligação entre as críticas às ações de Israel e o anti-semitismo foi um dos principais temas do seminário. Algumas das críticas contra Israel, segundo Prodi, têm origem no anti-semitismo. "Não posso negar que parte das críticas contra Israel são motivadas por sentimentos anti-semitas."
Prodi acrescentou, porém, que o apoio europeu à criação de um Estado palestino não pode ser visto como uma atitude anti-Israel ou antijudaica.
Já o Centro Simon Wisenthal criticou a ajuda financeira européia aos palestinos (estimada em US$ 720 milhões para 2002 e 2003), pois o dinheiro estaria sendo destinado para "financiar terroristas e a mídia anti-semita".
A União Européia respondeu dizendo que o dinheiro serve para evitar que a economia palestina entre em colapso.
O seminário foi convocado após pesquisa encomendada pela União Européia indicar que Israel é a maior ameaça à paz mundial. O resultado provocou fortes críticas à UE pela forma como a pesquisa foi conduzida.


Com agências internacionais


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