São Paulo, sábado, 20 de fevereiro de 2010

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RELAÇÕES BILATERAIS

Em repúdio a dalai-lama, China convoca embaixador dos EUA

DE PEQUIM

O governo da China convocou ontem o embaixador americano em Pequim, Jon Huntsman, para transmitir uma queixa formal pela reunião de anteontem entre o presidente dos EUA, Barack Obama, e o dalai-lama, líder tibetano no exílio.
"O ato dos EUA interferiu grosseiramente nos assuntos internos da China, agrediu sentimentos nacionais do povo chinês e seriamente afetou os laços sino-americanos", disse ontem em comunicado Ma Zhaoxu, porta-voz da Chancelaria. O Tibete, agregou, é "parte inalienável do território chinês" e assunto "puramente doméstico".
Apesar da pressão chinesa, Obama e a chanceler Hillary Clinton se reuniram com o líder religioso, que a China acusa de separatismo. Pequim se opõe a encontros de líderes estrangeiros com o dalai-lama e já cancelou cúpulas e adiou negócios com países como França e Dinamarca por conta de visitas do líder budista.
Para conter o estrago, a Casa Branca tratou o encontro com discrição. A imprensa não teve acesso, e Obama não deu declarações, apesar de uma foto da reunião ter sido divulgada na internet.
Mas a reação foi dura do mesmo jeito. "As palavras e ações do dalai-lama comprovam que ele não é uma figura religiosa pura, mas um exilado político engajado em atividades separatistas", disse o comunicado chinês.
As relações entre EUA e China estão sob tensão desde dezembro, em meio a troca de acusações pelo fracasso da cúpula climática, à espionagem sofrida pelo Google na China, a desacordos quanto ao câmbio artificial do yuan e à venda de armamentos americanos a Taiwan.


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