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RELAÇÕES BILATERAIS
Em repúdio a dalai-lama, China convoca embaixador dos EUA
DE PEQUIM
O governo da China convocou ontem o embaixador
americano em Pequim, Jon
Huntsman, para transmitir
uma queixa formal pela reunião de anteontem entre o
presidente dos EUA, Barack
Obama, e o dalai-lama, líder
tibetano no exílio.
"O ato dos EUA interferiu
grosseiramente nos assuntos
internos da China, agrediu
sentimentos nacionais do
povo chinês e seriamente
afetou os laços sino-americanos", disse ontem em comunicado Ma Zhaoxu, porta-voz da Chancelaria. O Tibete,
agregou, é "parte inalienável
do território chinês" e assunto "puramente doméstico".
Apesar da pressão chinesa,
Obama e a chanceler Hillary
Clinton se reuniram com o
líder religioso, que a China
acusa de separatismo. Pequim se opõe a encontros de
líderes estrangeiros com o
dalai-lama e já cancelou cúpulas e adiou negócios com
países como França e Dinamarca por conta de visitas do
líder budista.
Para conter o estrago, a
Casa Branca tratou o encontro com discrição. A imprensa não teve acesso, e Obama
não deu declarações, apesar
de uma foto da reunião ter sido divulgada na internet.
Mas a reação foi dura do
mesmo jeito. "As palavras e
ações do dalai-lama comprovam que ele não é uma figura
religiosa pura, mas um exilado político engajado em atividades separatistas", disse o
comunicado chinês.
As relações entre EUA e
China estão sob tensão desde
dezembro, em meio a troca
de acusações pelo fracasso da
cúpula climática, à espionagem sofrida pelo Google na
China, a desacordos quanto
ao câmbio artificial do yuan e
à venda de armamentos
americanos a Taiwan.
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