São Paulo, Sábado, 20 de Fevereiro de 1999
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CASO OCALAN
Manifestantes curdos invadem prédio da Unesco, em Paris
Turquia ataca curdos, mas acena com anistia para guerrilheiros

das agências internacionais

O presidente da Turquia, Suleyman Demirel, defendeu ontem a criação de uma lei de anistia que sirva para encorajar os guerrilheiros curdos a abandonar a luta armada.
Suas declarações foram o primeiro gesto de conciliação em direção à minoria curda desde a detenção, na terça-feira, de Abdullah Ocalan, líder do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Sua prisão, no Quênia, onde havia se refugiado na Embaixada da Grécia, é motivo de protestos curdos em toda a Europa.
Mas, apesar das palavras do presidente, o Exército turco continua a promover uma grande ofensiva contra os militantes curdos -mais de 4.000 soldados estão no Curdistão iraquiano em busca de integrantes do PKK.
Um curdo de 15 anos morreu ontem durante manifestação ao ser baleado pela polícia na cidade de Kiziltepe (sudeste do país).
"Sei que essa lei (da anistia) pode não ser vista positivamente em todos os lugares, mas ela é importante para evitar mais derramamento de sangue", afirmou Demirel.
Leis semelhantes à proposta pelo presidente -que concediam redução das penas aos separatistas que se entregassem e dessem informações à Turquia- já foram aprovadas anteriormente, mas não foram colocadas em prática.
Manifestantes curdos ocuparam ontem, em Paris, a sede da Unesco (órgão das Nações Unidas que trata de educação, ciência e cultura).
Cerca de 20 ativistas conseguiram entrar no edifício, situado nas proximidades da torre Eiffel, e estender bandeiras curdas no topo do prédio. Outros 400 foram barrados pela polícia.


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