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ALVO, DE NOVO
Suposta vítima diz não pretender processar presidente
Acusação de estupro contra Clinton chega à grande imprensa
MARCELO DIEGO
de Nova York
O "Wall Street Journal" publicou
ontem o relato de Juanita Broaddrick, que diz ter sido estuprada
por Bill Clinton, em 1978, aos 35
anos, quando o atual presidente
era secretário de Justiça do Estado
de Arkansas.
A acusação de Broaddrick é a primeira, entre as várias que circulam
no país, a ser explorada pela grande imprensa desde que o escândalo
sexual que gerou o processo de impeachment veio a público, no ano
passado.
Broaddrick não está processando Clinton e nem disse que o fará.
Afirmou que decidiu relatar novamente sua versão, que circulava na
Internet, para "viver com a consciência tranquila".
O próprio "WSJ", que publicou a
história com destaque, diz não haver provas de que tudo o que foi relatado seja verdade.
O "WSJ" é o um dos diários de
maior prestígio no planeta. Após a
absolvição do presidente, semana
passada, surgiu o temor na Casa
Branca de que a mídia com orientação anti-Clinton apelasse ao sensacionalismo para minar o clima
de vitória que há no governo.
Clinton foi alvo de novas acusações depois que veio a público seu
relacionamento amoroso com a
ex-estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky. Tablóides, por
exemplo, disseram que Clinton teria um filho fora do casamento.
Em 1978, Clinton concorria ao
governo do Estado. Broaddrick
trabalhava em sua campanha e,
numa noite, teria ficado sozinha
numa sala do comitê eleitoral com
Clinton, que teria feito insinuações
de natureza sexual. Ela diz que recusou, mas que foi jogada na cama
e estuprada por Clinton.
Ela contou a versão a seu marido
e a amigos. Quando o caso Paula
Jones explodiu (funcionária pública que acusava Clinton de assédio
sexual), ela foi chamada a depor e
negou a história.
Mas o promotor independente
Kenneth Starr, que investigava o
caso Lewinsky, resolveu convocar
Broaddrick novamente, no ano
passado, quando ela teria confirmado a história. Segundo o "WSJ",
foi por causa dela que muitos
membros da Câmara decidiram
votar contra Clinton no processo
de impeachment.
Ela vinha tentando evitar a mídia. Chegou a escapar de uma perseguição de carros da TV Fox. Mas
aceitou dar uma entrevista à NBC,
contando sua história.
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