|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Noruega rompe bloqueio internacional a palestinos
País reconhece novo gabinete e se torna o primeiro a suspender as sanções ao Hamas
UE e EUA mantêm embargo, enquanto avaliam ações do governo de união palestino; Hamas quebra trégua e fere civil de Israel perto de Gaza
DA REDAÇÃO
O governo de união formado
oficialmente no sábado entre
as duas principais facções palestinas começa a romper o boicote internacional imposto há
mais de um ano, após a chegada
ao poder do movimento fundamentalista islâmico Hamas.
A Noruega se tornou ontem o
primeiro país a suspender as
sanções contra a Autoridade
Nacional Palestina (ANP), um
dia após os EUA anunciarem a
intenção de dialogar com membros moderados do novo governo, elogiado pela Itália como
"um passo adiante".
A retomada dos contatos foi
oficializada pelo vice-chanceler
norueguês, Raymond Johansen, que ontem se reuniu em
Gaza com o premiê palestino,
Ismail Haniyeh. Johansen, que
exortou outros países a seguirem o exemplo da Noruega, é a
primeira alta autoridade européia a se reunir com o líder do
Hamas desde a eleição palestina de janeiro do ano passado.
Johansen também foi a Ramallah, na Cisjordânia, onde se
reuniu com o presidente da
ANP, Mahmoud Abbas.
A Noruega, que não é membro da UE, exerce influência no
processo de paz desde que patrocinou os acordos de Oslo,
em 1993, entre israelenses e palestinos. Além disso, está entre
os países que mais ajudam financeiramente a ANP.
Israel lamentou o encontro,
afirmando que a Noruega estava dando "legitimidade e reconhecimento a um extremista
não regenerado".
Representantes do Quarteto
para o Oriente Médio (EUA,
UE, ONU e Rússia) fizeram ontem uma teleconferência para
avaliar o novo governo palestino, em meio a sinais de que o
bloco europeu está disposto a
flexibilizar sua atitude.
O Quarteto congelou a ajuda
financeira ao governo palestino
após a vitória eleitoral do Hamas, devido à recusa do grupo
extremista em abandonar a
violência e reconhecer Israel. O
envio de parte da ajuda foi retomado há alguns meses, através
de um mecanismo que evita
que o dinheiro chegue às mãos
do Hamas.
Em um encontro em Washington, diplomatas dos EUA e
da UE decidiram aguardar as
primeiras ações do novo governo palestino antes de redefinir
sua política. Após a conversa, a
secretária de Estado dos EUA,
Condoleezza Rice, que visitará
Israel e os territórios palestinos no fim desta semana, disse
que o embargo será mantido.
Pouco antes do encontro em
Washington, a Itália advertiu
que será um grave erro "fechar
a porta na cara" do novo governo palestino. O chanceler italiano, Massimo D'Alema, disse
que, embora não seja "exatamente" o que a UE esperava, o
novo governo palestino é um
"passo adiante".
"Se eles provocaram o ódio
raivoso da Al Qaeda é sinal de
que estão no caminho certo",
disse D'Alema, em referência às
críticas do grupo terrorista ao
gabinete palestino.
Primeiro ataque
Um civil israelense foi atingido ontem por tiros perto da
fronteira com a faixa de Gaza. O
ataque, assumido por uma facção do Hamas, foi o primeiro
cometido pelo grupo radical
desde o cessar-fogo estabelecido em novembro.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Nova York: Naomi Campbell faz faxina como pena por agressão Próximo Texto: Egito: Parlamento amplia poderes do governo Índice
|