São Paulo, terça-feira, 20 de março de 2007

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Noruega rompe bloqueio internacional a palestinos

País reconhece novo gabinete e se torna o primeiro a suspender as sanções ao Hamas

UE e EUA mantêm embargo, enquanto avaliam ações do governo de união palestino; Hamas quebra trégua e fere civil de Israel perto de Gaza


DA REDAÇÃO

O governo de união formado oficialmente no sábado entre as duas principais facções palestinas começa a romper o boicote internacional imposto há mais de um ano, após a chegada ao poder do movimento fundamentalista islâmico Hamas.
A Noruega se tornou ontem o primeiro país a suspender as sanções contra a Autoridade Nacional Palestina (ANP), um dia após os EUA anunciarem a intenção de dialogar com membros moderados do novo governo, elogiado pela Itália como "um passo adiante".
A retomada dos contatos foi oficializada pelo vice-chanceler norueguês, Raymond Johansen, que ontem se reuniu em Gaza com o premiê palestino, Ismail Haniyeh. Johansen, que exortou outros países a seguirem o exemplo da Noruega, é a primeira alta autoridade européia a se reunir com o líder do Hamas desde a eleição palestina de janeiro do ano passado.
Johansen também foi a Ramallah, na Cisjordânia, onde se reuniu com o presidente da ANP, Mahmoud Abbas.
A Noruega, que não é membro da UE, exerce influência no processo de paz desde que patrocinou os acordos de Oslo, em 1993, entre israelenses e palestinos. Além disso, está entre os países que mais ajudam financeiramente a ANP.
Israel lamentou o encontro, afirmando que a Noruega estava dando "legitimidade e reconhecimento a um extremista não regenerado".
Representantes do Quarteto para o Oriente Médio (EUA, UE, ONU e Rússia) fizeram ontem uma teleconferência para avaliar o novo governo palestino, em meio a sinais de que o bloco europeu está disposto a flexibilizar sua atitude.
O Quarteto congelou a ajuda financeira ao governo palestino após a vitória eleitoral do Hamas, devido à recusa do grupo extremista em abandonar a violência e reconhecer Israel. O envio de parte da ajuda foi retomado há alguns meses, através de um mecanismo que evita que o dinheiro chegue às mãos do Hamas.
Em um encontro em Washington, diplomatas dos EUA e da UE decidiram aguardar as primeiras ações do novo governo palestino antes de redefinir sua política. Após a conversa, a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, que visitará Israel e os territórios palestinos no fim desta semana, disse que o embargo será mantido.
Pouco antes do encontro em Washington, a Itália advertiu que será um grave erro "fechar a porta na cara" do novo governo palestino. O chanceler italiano, Massimo D'Alema, disse que, embora não seja "exatamente" o que a UE esperava, o novo governo palestino é um "passo adiante".
"Se eles provocaram o ódio raivoso da Al Qaeda é sinal de que estão no caminho certo", disse D'Alema, em referência às críticas do grupo terrorista ao gabinete palestino.

Primeiro ataque
Um civil israelense foi atingido ontem por tiros perto da fronteira com a faixa de Gaza. O ataque, assumido por uma facção do Hamas, foi o primeiro cometido pelo grupo radical desde o cessar-fogo estabelecido em novembro.


Com agências internacionais

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