da Reportagem Local

A Celestis planeja fazer dois ou três ``enterros espaciais'' por ano. Segundo o diretor Richard Braastad, a empresa tem condições de enviar até 150 cápsulas com cinzas por viagem. Para a próxima, prevista para ocorrer entre agosto e setembro, já há seis inscritos.
Em busca de candidatos, a empresa divulga a sua proposta num site da Internet (no endereço www.celestis.com): ``O espaço ainda é dominado por poucos, mas é um sonho de muitos. Se você tem esse sonho, talvez o serviço da Celestis seja para você''.
Braastad não informa qual está sendo o custo, para a Celestis, do envio das primeiras 24 cápsulas. A empresa também não diz se está tendo lucro com a operação.
Além da cápsula com cinzas, a Celestis está oferecendo também um serviço de envio de mensagens para o espaço. Sai bem mais em conta -US$ 35 por uma mensagem de até 25 palavras.
As mensagens serão alocadas num CD ou num microfilme (a empresa ainda não decidiu), colocadas dentro de uma cápsula e ficarão em órbita por alguns anos.
Além de ficarem girando em órbita da Terra por alguns anos, os 24 participantes do chamado ``vôo fundador'' ganharam, cada um, uma página na Internet, dentro do site da Celestis.
Na página, há sempre uma pequena foto e um resumo biográfico contando quais eram as ligações do morto com o espaço sideral. Em alguns casos, a homenagem póstuma se completa com frases ditas por outras pessoas sobre ele.
Na página dedicada a Timothy Leary, por exemplo, o internauta encontrará homenagens prestadas por seus amigos William Burroughs e Allen Ginsberg, e também pela atriz Winona Ryder: ``Uma das coisas que aprendi com Tim é como uma pessoa pode ser nobre, bonita e engraçada quando confrontada com a morte'', diz.
Carona
A Celestis está literalmente pegando carona ao enviar amanhã para o espaço as cápsulas com as cinzas de 24 pessoas.
Trata-se de uma complexa operação de lançamento que visa mandar para o espaço o satélite científico espanhol MiniSat 1.
O lançamento será feito por uma empresa norte-americana, a Orbital Sciences Corporation.
O satélite espanhol, que pesa 195 kg, será colocado na ponta de um foguete, o Pegasus XL. O foguete será instalado no exterior de um antigo avião Lockhead L-1011, que foi adaptado para a missão.
Se as condições atmosféricas forem consideras boas, o Lockhead deve decolar amanhã de manhã de uma base aérea espanhola, nas ilhas Canárias, e subir a uma altitude de cerca de 13 mil m.
Nessa altura, sobre o Atlântico, o Pegasus será liberado do avião e, após instantes, disparado. O foguete levará o satélite a uma altitude de cerca de 600 km da Terra.
O primeiro satélite do programa espacial brasileiro, o SCD-1, lançado em 1993, também viajou ao espaço a bordo de um lançador Pegasus. (MSy)

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