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Movimento feminista busca identidade
de Washington
O programa ``Ellen'' vai proporcionar enorme visibilidade ao movimento feminista dos EUA no
momento em que ele passa pela
sua terceira grande redefinição
ideológica, segundo Lori Jean,
uma de suas líderes nacionais.
``Depois do separatismo dos
anos 70 e do alinhamento acrítico
com os homens gays na década de
80, estamos em busca de uma
identidade política própria, que
não sabemos ainda qual vai ser'',
disse em entrevista à Folha.
Ela afirma que isso não significa
nem retornar ao conceito de ``nação lésbica'' de 20 anos atrás nem
romper com a colaboração dada
aos homens por causa da crise da
Aids. ``Não podemos nos dar ao
luxo de nos dividir'', diz.
Mas parece haver consenso de
que as lésbicas devem centrar seus
esforços nos seus problemas específicos. Por exemplo: é mais importante para elas do que para os
homens homossexuais lutar por
leis em favor da ``parceria doméstica'' ou do casamento homossexual porque, como os salários femininos ainda são menores que os
masculinos nos EUA, a união de
dois rendimentos é essencial para
uma vida mais confortável.
Como há mais lésbicas mães do
que homens gays pais, a bandeira
pelo direito dos homossexuais
criarem seus filhos também tem
prioridade maior para elas.
Norah Vincent, outra lésbica
proeminente, diz que o movimento deve buscar a ``normalidade''.
``Se as lésbicas realmente querem
direitos iguais e tratamento igual,
elas devem entrar no mundo real e
lutar primeiro pela sua humanidade e depois pela sua opção sexual'',
afirma. ``Isso significa não esconder sua condição nem se conformar em ser segregada.''
É, mais ou menos, o que Ellen
DeGeneres diz que pretende de seu
personagem. ``Ellen não vai sair
por aí atrás de parceiras nem vai se
tornar uma pregadora lésbica. Ela
vai continuar sua vida, integrada,
com seus amigos, seu emprego.
Mas não vai esconder mais o fato
de que ela é homossexual.''
Um dos casos que o movimento
lésbico quer tomar como bandeira
é o de Sherry Barone, de Filadélfia
(Costa Leste), que há dois anos luta na Justiça para colocar na lápide
do túmulo de sua amante a inscrição ``Cynthia Friedman, amada
parceira de vida''.
(CELS)
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