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ATENTADO
Ministério do Interior suspeita de separatistas da Bretanha; seria a primeira ação deles com vítima
Ataque a McDonald's mata 1 na França
das agências internacionais
A explosão de uma bomba num
McDonald's da cidade de Dinan
(noroeste da França) matou ontem uma funcionária do restaurante, que estava em horário de
funcionamento.
O Ministério do Interior suspeita que o ataque esteja ligado a grupos separatistas da Bretanha, como o Exército Revolucionário
Bretão (ERB), que já assumiu a
responsabilidade de atentados
com bombas, mas sem vítimas,
ocorridos nos últimos seis meses.
Se confirmada a autoria do
atentado, seria o primeiro ataque
de separatistas bretões que resulta
em morte no país.
O chefe da polícia antiterrorismo da França foi enviado ao local
para coordenar as investigações.
"Atos criminosos haviam provocado danos materiais importantes, mas, até agora, não haviam tido consequências tão dramáticas", disse Jean-Pierre Chevènement, ministro do Interior.
"Nada pode justificar esse recurso à violência e a proliferação
de atos com consequências fatalmente trágicas."
A direção do McDonald's se disse "consternada" com a morte da
funcionária e com o sofrimento
de sua família.
"Querem assustar, atacar prédios e, um dia, matam", disse o
premiê Lionel Jospin. Segundo
ele, os terroristas deviam "ter vergonha de matar uma jovem mulher (28 anos) que só estava fazendo seu trabalho".
O Ministério do Interior da
França disse ainda que uma bomba foi desativada do lado de fora
de um prédio do correio na cidade de Rennes (a 60 km de Dinan),
capital da Bretanha. De acordo
com a polícia, os atentados podem estar relacionados.
Ataques anteriores
O prefeito de Dinan, René Benoit, disse que, em 10 de março,
terroristas haviam disparado três
tiros contra o mesmo McDonald's. Ninguém reivindicou a autoria do atentado, e a gerência não
recebeu nenhuma ameaça.
A polícia disse que o ERB pode
ter decidido aumentar suas atividades para obter autonomia após
a detenção de cerca de dez pessoas (supostos membros de grupos separatistas bretões e bascos)
por causa do roubo de mais de oito toneladas de dinamite em setembro de 99.
O presidente da Confederação
Camponesa da França, José Bové,
negou envolvimento no atentado.
Em agosto, Bové invadiu uma loja
da rede McDonald's na cidade de
Millau, sul da França, para protestar contra a sobretaxa, por parte
dos EUA, de uma série de produtos europeus e nacionais, como o
queijo roquefort e a mostarda de
Dijon.
Em 8 de setembro, um grupo de
manifestantes lançou sacos com
excrementos animais contra
clientes de um McDonald's de
Nantes (Bretanha) e gritou frases
antiamericanas. Os manifestantes
-vários com máscaras- não foram detidos.
Em 11 de setembro, franceses
quebraram vidros do McDonald's de Foix, jogaram tinta e escreveram frases nas paredes e nas
mesas do restaurante.
Em 16 de outubro, manifestantes (incluindo membros do grupo
ambientalista Greenpeace) lançaram o "Dia Mundial Anti-McDonald's" e organizaram protestos
em cidades como Dijon e Nevers.
Eles protestavam contra a "exploração do Terceiro Mundo" e "o
triunfo da OMC (Organização
Mundial do Comércio)".
Ontem, o grupo separatista basco Iparretarrak, que atua na França, assumiu a autoria de um ataque a bomba, no domingo, contra
instalações da polícia.
O Iparretarrak disse que a intenção era vingar a morte de dois
líderes presos no mês passado.
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