São Paulo, sexta-feira, 20 de abril de 2007

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Frases de efeito concluem disputa presidencial na França

DA REDAÇÃO

A campanha presidencial francesa chega à reta final. A legislação eleitoral permite que os candidatos arrematem suas campanhas nesta sexta. Mas eles optaram por fazer ontem os últimos comícios para o primeiro turno de domingo.
O candidato do bloco de centro direita, Nicolas Sarkozy, fez o seu em Marselha, afirmando ter "aniquilado os insultos e mentiras" de seus adversários. Exortou os eleitores a dividirem com ele "o sonho de um novo Renascimento, em que o futuro será uma esperança e não uma ameaça".
Também afirmou ter sido criticado por quebrar tabus ao falar de identidade nacional, crime, imigração e a necessidade de autoridade.
A escolha de Marselha, porto do Mediterrâneo, não foi ocasional. Sarkozy reuniu 15 mil pessoas na cidade em que as três últimas pesquisas dão o candidato da extrema direita, Jean-Marie Le Pen, encabeçando as intenções de voto.
"Sarkô" procurou nas últimas semanas atrair eleitores "lepenistas" para manter a dianteira nas pesquisas.
Mas seus dois principais adversários, a socialista Ségolène Royal e o conservador François Bayrou, que se apresenta como centrista, o acusaram de ser um extremista que dividiria a França, em lugar de unificá-la.
Pesquisa divulgada ontem não trouxe para Sarkozy boas notícias. Pela segunda vez nesta semana, um instituto o dá empatado com Ségolène no segundo turno de 6 de maio. E apenas um ponto (27% a 26%) os separa no domingo, em resultados que estão dentro da margem de erro.

Apelo "à resistência"
Bayrou, com 17% das intenções, fez ontem comício em Paris a 17 mil eleitores. Disse que a França "está em perigo de esgotamento, de revolta e de fratura" e apelou "à resistência", palavra que invoca na história francesa o inconformismo com a invasão militar estrangeira. Reafirmou situar-se no centro do tablado político, ao lembrar que Sarkozy o qualificou de esquerdista, e o socialista Lionel Jospin o chamou de direitista.

Ségolène com Zapatero
Ségolène Royal fez comício em Toulouse, em companhia do primeiro-ministro espanhol, o também socialista José Luis Rodríguez Zapatero, que disse em discurso que "a Europa precisa de uma França moderna, inovadora, comprometida e valente". Assessores do premiê ressalvaram que ele não atacaria Sarkozy, com quem precisaria conviver politicamente, caso ele seja eleito.
Reforçando sua imagem de mulher de esquerda, ela criticou as altas tarifas bancárias, os altos salários de executivos e prometeu "construir uma França mais eqüitativa e forte, na qual todos os cidadãos serão verdadeiramente iguais". Disse querer "uma França que não discrimine desempregados" que não sejam brancos e que tenham nomes esquisitos, em menção aos imigrantes.


Com agências internacionais


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