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Chineses vão às ruas protestar contra o Tibete e a França
Onda nacionalista quer boicotar produtos franceses
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
A polícia chinesa precisou
isolar ontem a Embaixada da
França e a Escola Francesa de
Pequim, assim como seis supermercados da rede Carrefour
pelo país, para protegê-los de
manifestantes.
A França virou alvo da ira
chinesa depois da conturbada
passagem da chama olímpica
por Paris. Protestos de ativistas
pró-direitos humanos e a favor
da independência do Tibete interromperam várias vezes o
percurso -a tocha precisou ser
levada em um ônibus.
Em Wuhan, na região central
do país, 10 mil pessoas fizeram
uma manifestação em frente a
um supermercado Carrefour
pedindo boicote à rede francesa e cantando slogans contra a
independência do Tibete. Batalhões policiais tiveram que proteger lojas em Heifei, Qingdao e
Xian, ante do risco de invasão.
Há mais de cem supermercados Carrefour na China. Desde
a semana passada, milhões de
mensagens foram enviadas por
celular pedindo boicote à rede.
Os torpedos diziam que um dos
acionistas do Carrefour, o grupo LVMH, havia feito doações a
ONGs ligadas ao líder espiritual
do Tibete, o dalai-lama.
Alunos da Escola Francesa
de Pequim, no bairro de Sanlitun, foram dispensados ontem
das aulas, e a polícia fez um cordão de isolamento ao colégio,
cercado por trinta manifestantes que gritavam "o Tibete é
parte da China", e "calem a boca, franceses".
A mídia estatal chinesa tem
repetidamente denunciado um
"complô de potências ocidentais" e um preconceito da mídia
européia e americana contra a
China e para boicotar a Olimpíada de Pequim.
O presidente francês, Nicolas
Sarkozy, disse que só irá à cerimônia de abertura da Olimpíada se a China dialogar com o dalai-lama. O governo chinês chama o líder budista de "lobo vestido com traje de monge".
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