São Paulo, domingo, 20 de abril de 2008

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Chineses vão às ruas protestar contra o Tibete e a França

Onda nacionalista quer boicotar produtos franceses

RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM

A polícia chinesa precisou isolar ontem a Embaixada da França e a Escola Francesa de Pequim, assim como seis supermercados da rede Carrefour pelo país, para protegê-los de manifestantes.
A França virou alvo da ira chinesa depois da conturbada passagem da chama olímpica por Paris. Protestos de ativistas pró-direitos humanos e a favor da independência do Tibete interromperam várias vezes o percurso -a tocha precisou ser levada em um ônibus.
Em Wuhan, na região central do país, 10 mil pessoas fizeram uma manifestação em frente a um supermercado Carrefour pedindo boicote à rede francesa e cantando slogans contra a independência do Tibete. Batalhões policiais tiveram que proteger lojas em Heifei, Qingdao e Xian, ante do risco de invasão.
Há mais de cem supermercados Carrefour na China. Desde a semana passada, milhões de mensagens foram enviadas por celular pedindo boicote à rede. Os torpedos diziam que um dos acionistas do Carrefour, o grupo LVMH, havia feito doações a ONGs ligadas ao líder espiritual do Tibete, o dalai-lama.
Alunos da Escola Francesa de Pequim, no bairro de Sanlitun, foram dispensados ontem das aulas, e a polícia fez um cordão de isolamento ao colégio, cercado por trinta manifestantes que gritavam "o Tibete é parte da China", e "calem a boca, franceses".
A mídia estatal chinesa tem repetidamente denunciado um "complô de potências ocidentais" e um preconceito da mídia européia e americana contra a China e para boicotar a Olimpíada de Pequim.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse que só irá à cerimônia de abertura da Olimpíada se a China dialogar com o dalai-lama. O governo chinês chama o líder budista de "lobo vestido com traje de monge".


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