São Paulo, quarta-feira, 20 de abril de 2011

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Japão vai tirar água radioativa de usina

Muito contaminado, o líquido se acumula no subsolo de uma turbina e impede que os operários façam reparos

Plano é, pouco a pouco, levar a água para um grande reservatório em uma área improvisada da usina de Fukushima

DA ASSOCIATED PRESS

A operadora da usina nuclear japonesa de Fukushima, danificada pelo tsunami do mês passado, começou ontem a bombear água altamente radioativa para uma área improvisada de armazenagem, em um passo crucial para aliviar a crise nuclear.
A remoção das 25 mil toneladas de água contaminada que se acumulou no subsolo do prédio de uma turbina na unidade 2 da usina de Fukushima vai ajudar a garantir acesso aos operários que tentam reparar os vitais sistemas de resfriamento.
A água será retirada em etapas, sendo que os primeiros 30% devem ser removidos nos próximos 20 dias.
Há ao todo 70 mil toneladas de água contaminada a serem removidas dos prédios de reatores e turbinas, o equivalente a cerca de 20 piscinas olímpicas. O processo inteiro levará meses.
O reservatório tinha água pouco contaminada pelo vazamento radioativo, que foi jogada no mar. O espaço agora será usado para o material altamente radioativo.
A Tepco, operadora da usina, pretende utilizar tecnologia desenvolvida pela gigante francesa de engenharia nuclear Areva para reduzir a radioatividade da água contaminada, de modo que ela possa ser reutilizada para resfriar os reatores da usina.

CONSERTO
Uma vez que a água contaminada presente nos prédios da usina tenha sido removida em segurança e que os níveis de radioatividade diminuam, operários poderão começar a consertar os sistemas de resfriamento das unidades 1, 2 e 3, que estavam em operação no momento do tsunami.
De acordo com o plano apresentado pela Tepco, a empresa pretende resfriar os reatores e reduzir os vazamentos de radiação ao longo dos próximos três meses.
No prazo de seis a nove meses, a meta é alcançar o fechamento dos reatores e cobrir os prédios, possivelmente com uma forma de tecido industrial, para fechar ainda mais quaisquer possíveis vazamentos de radiação.
Dois robôs de fabricação americana operados por controle remoto enviados no domingo para dentro dos prédios dos reatores das unidades 1 e 3 mostraram que os níveis de radiação no interior dos prédios -de até 57 milisieverts por hora- ainda são altos demais para permitir a entrada de humanos.
Os robôs também foram enviados à unidade 2 e o nível de radiação constatado foi muito mais baixo: 4,1 milisieverts por hora.
Mas o alto grau de umidade no interior do prédio do reator embaçou a lente das câmeras dos robôs, dificultando a visualização das condições no interior.

Tradução de CLARA ALLAIN


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