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AMÉRICA DO SUL
Hospital diz que ele teve "crise isquêmica"
A seis dias de ir a corte, Pinochet é internado e liberado horas depois
DA REDAÇÃO
A uma semana de uma decisão
judicial sobre ação que pede a
quebra de sua imunidade, o ex-ditador chileno Augusto Pinochet,
89, foi internado ontem no hospital Militar de Santiago do Chile.
Segundo o hospital, sofreu um
acidente vascular cerebral. Foi liberado no início da noite.
Segundo relatório médico divulgado pela unidade de cuidados
intensivos, Pinochet foi avaliado
por uma "crise isquêmica transitória". A isquemia é uma insuficiência localizada de irrigação
sangüínea, devido a uma compressão ou obstrução arterial.
Após cerca de cinco horas no
hospital, o ex-ditador voltou para
sua casa de campo em Los Boldos
(120 km de Santiago), de onde, segundo relatos familiares e de assessores, havia sido levado pela
manhã após sofrer um desmaio.
"Foi um problema derivado de
seu diabetes", disse o porta-voz
do ex-ditador, Guillermo Garín.
Já o general da reserva Luis Cortés Villa, diretor da Fundação Pinochet, disse que a notícia da
morte de cinco militares chilenos
e o desaparecimento de outros 65
numa tempestade de neve no sul
do Chile "afetou" o ex-ditador.
Na próxima quarta-feira, a Corte de Apelações de Santiago deve
comunicar sua decisão sobre um
pedido de quebra de imunidade
do ex-ditador em processo em
que é investigado por enriquecimento ilícito, corrupção, desvio
de dinheiro e fraude ao Fisco durante seu governo (1973-90).
A investigação, a cargo do juiz
Sergio Muñoz, foi aberta depois
que uma comissão do Senado dos
EUA revelou que Pinochet movimentou em agências do Riggs
Bank em Washington e Miami ao
menos US$ 12 milhões em contas
secretas, nos anos 90.
O ex-ditador é também investigado por violações de direitos humanos cometidas em seu regime,
mas seus advogados de defesa
têm conseguido bloquear os processos sob o argumento de que está muito doente para se defender.
Em janeiro, Pinochet chegou a
ficar em prisão domiciliar após
indiciamento por sua responsabilidade em nove seqüestros e um
assassinato realizados em seu governo pela Operação Condor,
ação conjunta de ditaduras militares sul-americanas nos anos 70.
Ele foi libertado, porém, após pagamento de fiança de US$ 3.500.
Com agências internacionais e o jornal "La Tercera"
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