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Mianmar autoriza entrada de ajuda médica de países vizinhos
300 pessoas ajudarão vítimas de ciclone; militar vai a área atingida pela 1ª vez
DA REDAÇÃO
Criticada por não permitir a
entrada de pessoal para ajudar
as vítimas do ciclone Nargis, a
junta militar que controla
Mianmar autorizou ontem que
a Asean (Associação das Nações
do Sudeste Asiático) envie 300
profissionais de saúde.
"Vamos estabelecer um mecanismo para que a ajuda de todo o mundo possa chegar a
Mianmar", disse George Yeo,
chanceler de Cingapura. O Nargis atingiu o país no dia 2 de
maio e matou aproximadamente 78 mil pessoas.
Mas a entrada de pessoas que
não sejam dos dez países da
Asean continuará limitada,
com raras exceções, como a
China. "Não haverá acesso sem
controle", completou Yeo.
Os militares também convidaram vários países a visitar o
delta do Irrawaddy, uma das
áreas mais afetadas. Suas embaixadas enviaram convites pedindo a presença de ao menos
três representantes, incluindo
doadores do setor privado, disse um diplomata asiático.
Os EUA não foram convidados, o que reforça a constatação
de que Mianmar quer apenas a
presença de países considerados "amigos". Mas um outro diplomata, ao confirmar o convite, notou que a junta abre "um
pouco mais a porta".
Apesar disso, o chanceler da
França, Bernard Kouchner,
voltou a defender que a ONU
pressione Mianmar. Em alusão
a China e Rússia, ele disse que
os países do Conselho de Segurança que não concordarem
com uma pressão mais forte serão culpados de "covardia".
Than Shwe, 74, líder máximo
da junta militar que controla
Mianmar desde 1962, visitou
ontem, pela primeira vez, sobreviventes. A TV estatal o
mostrou checando suprimentos e acariciando bebês nos subúrbios de Yangun, a 390 km
de Naypyidaw, nova capital
construída no meio da selva.
Na vizinha China, logo após o
terremoto do dia 5, o premiê
deslocou-se para o epicentro,
em Sichuan. Também seguindo
o exemplo chinês, Mianmar decretou luto oficial de três dias,
que começa hoje.
Com agências internacionais
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