São Paulo, terça-feira, 20 de maio de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mianmar autoriza entrada de ajuda médica de países vizinhos

300 pessoas ajudarão vítimas de ciclone; militar vai a área atingida pela 1ª vez

DA REDAÇÃO

Criticada por não permitir a entrada de pessoal para ajudar as vítimas do ciclone Nargis, a junta militar que controla Mianmar autorizou ontem que a Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático) envie 300 profissionais de saúde.
"Vamos estabelecer um mecanismo para que a ajuda de todo o mundo possa chegar a Mianmar", disse George Yeo, chanceler de Cingapura. O Nargis atingiu o país no dia 2 de maio e matou aproximadamente 78 mil pessoas.
Mas a entrada de pessoas que não sejam dos dez países da Asean continuará limitada, com raras exceções, como a China. "Não haverá acesso sem controle", completou Yeo.
Os militares também convidaram vários países a visitar o delta do Irrawaddy, uma das áreas mais afetadas. Suas embaixadas enviaram convites pedindo a presença de ao menos três representantes, incluindo doadores do setor privado, disse um diplomata asiático.
Os EUA não foram convidados, o que reforça a constatação de que Mianmar quer apenas a presença de países considerados "amigos". Mas um outro diplomata, ao confirmar o convite, notou que a junta abre "um pouco mais a porta".
Apesar disso, o chanceler da França, Bernard Kouchner, voltou a defender que a ONU pressione Mianmar. Em alusão a China e Rússia, ele disse que os países do Conselho de Segurança que não concordarem com uma pressão mais forte serão culpados de "covardia".
Than Shwe, 74, líder máximo da junta militar que controla Mianmar desde 1962, visitou ontem, pela primeira vez, sobreviventes. A TV estatal o mostrou checando suprimentos e acariciando bebês nos subúrbios de Yangun, a 390 km de Naypyidaw, nova capital construída no meio da selva.
Na vizinha China, logo após o terremoto do dia 5, o premiê deslocou-se para o epicentro, em Sichuan. Também seguindo o exemplo chinês, Mianmar decretou luto oficial de três dias, que começa hoje.


Com agências internacionais

Texto Anterior: Violência resulta de disputa por subempregos
Próximo Texto: Venezuela denuncia invasão de seu espaço aéreo pelos EUA
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.