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Governo da Tailândia impõe toque de recolher em Bancoc
Regime é adotado após operação militar que dispersou "camisas vermelhas"
Com a rendição dos líderes
do protesto, manifestantes
ateiam fogo a 27 prédios da
cidade; ação do Exército
deixa ao menos 6 mortos
DA REDAÇÃO
O governo da Tailândia impôs ontem toque de recolher na
capital Bancoc e em mais 23
Províncias do país após uma
operação militar que dispersou
manifestantes antigoverno e
forçou seus líderes à rendição.
A ação deixou a capital em
chamas. Os "camisas vermelhas" incendiaram ao menos 27
prédios, incluindo o da Bolsa de
Valores e bancos comerciais.
O premiê Abhisit Vejjajiva
disse na TV que a calma será
restaurada, mas informou que
as tropas têm permissão para
atirar em suspeitos.
A ação militar teve início na
manhã de ontem (noite de terça no Brasil). Soldados cercaram o acampamento dos "camisas vermelhas" -montado
em um importante distrito comercial de Bancoc.
Veículos blindados avançaram contra trincheiras formadas por pneus e bambus.
Sem chances de resistência,
sete líderes do protesto renderam-se. "Por favor, voltem para
casa", disse um deles aos seus
seguidores enquanto era preso.
Por volta do meio-dia, os militares retomaram o controle
da zona de protesto e as operações foram encerradas. Hoje, a
cidade amanheceu com novos
relatos de tiroteio e pânico.
O toque de recolher em Bancoc -das 20h às 6h- foi estendido para outras 23 Províncias,
após choques terem sido registrados nas regiões rurais do
norte e nordeste do país, de onde vem grande parte do apoio
aos "camisas vermelhas". A
Tailândia tem 76 Províncias.
Mortos e feridos
Ao menos seis pessoas -entre elas um fotógrafo italiano-
morreram na operação. Entre
os cerca de 60 feridos, há dois
jornalistas, além de um documentarista dos EUA.
Desde que os "camisas vermelhas" chegaram a Bancoc,
em 12 de março, ao menos 70
pessoas morreram e cerca de
1.800 ficaram feridas.
Eles protestavam contra o
premiê Abhisit, a quem culpam
de ter chegado ao poder por
meio de manipulações da Justiça, e pediam sua renúncia.
A violência aumentou na última quinta, quando um ex-general do Exército, que teria
criado força paramilitar para os
"camisas vermelhas", foi atingido por tiro na cabeça -ele
morreu quatro dias depois.
Desde então, 51 pessoas foram mortas em confrontos entre militares e manifestantes.
A Embaixada do Brasil em
Bancoc reforçou a recomendação para que sejam evitadas
viagens ao país. Comunicado
do órgão diz que residentes de
Bancoc devem estocar alimentos e água, além de dinheiro vivo -há relatos de caixas eletrônicos sendo arrombados.
Com agências internacionais
Italiano morto em Bancoc
trabalhou no Brasil
www.folha.com.br/101395
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