São Paulo, quinta-feira, 20 de junho de 2002

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TRAGÉDIA

Russos admitem falha no naufrágio do submarino que matou 118 marinheiros

Torpedo defeituoso afundou Kursk

DA REDAÇÃO

Um torpedo defeituoso causou a acidente que afundou o submarino nuclear russo Kursk, matando seus 118 tripulantes em agosto de 2000, no mar de Barents (noroeste da Rússia). "Só restou uma versão para o acidente: explosão de um torpedo", disse Ilya Klebanov, chefe da investigação oficial do caso feita por Moscou.
Foram afastadas, então, as versões de que o submarino teria sido atingido por uma outra embarcação -na época, oficiais russos chegaram a responsabilizar algum submarino da Otan (aliança militar ocidental liderada pelos EUA) que estaria espionando o Kursk- ou colidido com uma velha mina da Segunda Guerra Mundial.
A divulgação das conclusões dos militares russos ocorreu durante uma reunião entre oficiais da Marinha russa e um vice-almirante da Otan para discutir métodos conjuntos de salvamentos.
Essa reunião, ocorrida em São Petersburgo (noroeste), marcou também o primeiro resultado tangível da cooperação entre a Rússia e a Otan.
"A tragédia do Kursk esteve no centro de nossas discussões. Temos de garantir que isso jamais aconteça de novo", disse o almirante Anatoly Komaritsyn.
A comissão liderada por Klebanov deve dar seu relatório final até o final deste ano.
A operação de desmantelamento do Kursk chegará ao custo de US$ 130 milhões, uma quantia significativa para o decrescente orçamento militar russo. O submarino tinha originalmente 150 metros e mais de 18 mil toneladas.
Cento e quinze corpos de tripulantes foram recuperados, identificados e enterrados. Os outros três não foram encontrados.

Salvamentos conjuntos
A reunião na Rússia serviu para acertar os termos de um protocolo internacional naval de salvamento e resgate.
A Marinha russa foi duramente criticada à época do naufrágio por recusar ajuda internacional durante os esforços para salvar os marinheiros que sobreviveram às explosões iniciais na embarcação.
"No encontro de Roma, no mês passado, os chefes de Estado e de governo da Otan e da Rússia mencionaram especificamente o desejo de cooperar no campo de operações de resgate. É o que estamos fazendo", disse o vice-almirante Malcom Fages, chefe do comitê militar da aliança militar.


Com agências internacionais


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