DA REDAÇÃO

O Marrocos está interrogando Abu Zubair al-Haili, um saudita tido como o principal recrutador da rede terrorista Al Qaeda.
Al-Haili, que pesa cerca de 140 kg, é conhecido como "Urso" e pode ser, além de recrutador, um dos principais organizadores das células terroristas da rede em todo o mundo. Antes dos ataques de 11 de setembro, ele teria dirigido campos de treinamento no Afeganistão e, depois do início dos bombardeios americanos, teria ajudado a tirar os principais membros da Al Qaeda do país.
Segundo o Ministério da Justiça do Marrocos, o "Urso" é um dos três sauditas presos no país acusados de planejar ataques a navios de guerra britânicos e americanos no estreito de Gibraltar.
Al-Haili não parece estar envolvido em nenhum ato anterior de terrorismo, mas os investigadores crêem que seus conhecimentos sobre as montagens de células terroristas possam ser muito úteis.
Além disso, ele aparenta ter uma relação próxima a Abu Zubayda, um dos mais graduados entre os membros da Al Qaeda que estão sob custódia dos EUA.
Entre os presos citados pelos marroquinos está Mohammed Haydar Zammar, cidadão alemão de origem síria que supostamente teria sido o recrutador de Mohammed Atta, um dos sequestradores dos aviões usados nos ataques de setembro nos EUA.
Zammar, um ex-chaveiro e mecânico de automóveis de 41 anos está sendo interrogado pelas autoridades sírias. Ele morava em Hamburgo quando teria feito os aliciamentos. "Era o pivô da célula de Hamburgo", disse uma autoridade saudita ao jornal "The Washington Post".
"Seu papel foi crucial como recrutador e suas relações com Osama bin Laden [líder da Al Qaeda" eram próximas. Também estamos convencidos de que Zammar estivesse planejando montar células na região norte da África", afirmou.
A Alemanha pediu à Síria que confirmasse a prisão do suposto terrorista. "Não tivemos resposta ainda", disse Sabine Sparwasser, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores alemão.
Autoridades dos EUA aparentemente estão tendo algum acesso a Zammar -embora não se saiba se diretamente ou por algum intermediário.

"Dia zero"
Os serviços de inteligência dos EUA haviam interceptado duas mensagens na véspera dos atentados de 11 de setembro que indicavam que um grande evento estaria sendo planejado.
A Agência de Segurança Nacional teria interceptado mensagens dizendo "amanhã será o dia zero" e "a partida começa amanhã".
A agência só teria traduzido as mensagens no dia seguinte aos ataques ao World Trade Center e ao Pentágono.
Agentes americanos afirmam que nenhuma providência poderia ter sido tomada ante tão vagas declarações. As agências de segurança e inteligência têm sido alvo de críticas por causa do modo como manejaram informações que poderiam ter antecipado os planos terroristas.