DA ASSOCIATED PRESS

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU exortou o Irã a abrir suas instalações nucleares a inspeções incondicionais. Mas evitou condenar duramente o país por seu programa nuclear, como queriam os EUA. Em comunicado, a AIEA disse esperar que o Irã "garanta à agência todo o acesso considerado necessário" para desfazer a suspeita de que desenvolve um programa nuclear clandestino.
Especialistas da AIEA, órgão da ONU responsável por verificar o cumprimento de tratados internacionais que proíbem a proliferação de armas nucleares, visitarão o Irã no próximo mês.
Os EUA queriam que a AIEA declarasse o Irã em violação ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear. "O Irã recebeu um alerta, não uma condenação", disse um diplomata ocidental.
"O Irã precisa cumprir [as exigências da AIEA]. Do contrário, o mundo concluirá que o país pode estar produzindo armas nucleares", disse o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer.
Já o chefe do programa nuclear iraniano, Gholamreza Aghazadeh, disse que o comunicado era uma derrota para os EUA.
O presidente iraniano, Mohammed Khatami disse que o Irã não colocará obstáculos às inspeções, mas exigiu que o mundo reconheça o direito do Irã de adquirir tecnologia nuclear para fins pacíficos. O país, rico em petróleo, nega buscar armas atômicas.
Anteontem, o presidente dos EUA, George W. Bush, disse que a comunidade internacional "não tolerará" a construção de armas nucleares pelo governo de Teerã.
Logo após os atentados de 11 de setembro de 2001, Bush incluiu o Irã, ao lado do Iraque de Saddam Hussein e a Coréia do Norte no "eixo do mal", formado por países que buscam desenvolver armas de destruição em massa e dão apoio a terroristas.
Na última segunda-feira, a União Européia também pressionou o Irã a abrir seu programa nuclear, que tem ajuda da Rússia.


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