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Ao lançar campanha, Cristina se compara a Hillary Clinton e elogia Néstor e o Brasil
DE BUENOS AIRES
Num palco usado em outros
dias para encenar o musical
"Madame Butterfly", a primeira-dama argentina, Cristina
Fernández de Kirchner, fez ontem o discurso de lançamento
de sua candidatura a suceder na
Presidência o marido, Néstor.
Cristina foi a única a falar no
ato que lotou o Teatro Argentino, em La Plata, com políticos
da "concertação plural" que
sustenta o atual governo. O palco escolhido foi o mesmo do
lançamento, em 2005, de sua
candidatura ao Senado pela
Província de Buenos Aires.
O ato começou com a projeção de fotos de Cristina: com a
família, em atos políticos e com
líderes internacionais. Apareceu com Hillary Clinton, com
quem tenta se comparar, embora a ex-primeira-dama dos
EUA só busque chegar à Casa
Branca oito anos após o fim do
mandato de seu marido, Bill.
Em outra foto, sorria ao lado
dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez. No
momento em que falava sobre
um modelo de desenvolvimento empresarial, Cristina elogiou: "Não me canso de comparar o desenvolvimento do Brasil com o nosso. Quando vejo a
Embraer -eles entraram na
aeronáutica depois do peronismo, e vejam aonde chegaram".
Mas os maiores elogios ficaram para o marido, que, segundo ela, teve "um gesto pessoal e
político sem precedentes":
"Não é comum que alguém com
mais de 50% de intenção de voto e com chance de seguir decida não fazê-lo. Os argentinos
não se esquecerão de você".
Antes, dissera sobre o governo dele: "Reconstruímos o Estado constitucional democrático. Os argentinos melhoraram
sua qualidade de vida. As pessoas voltaram a consumir".
A campanha de Cristina usa o
slogan "A mudança acaba de
começar", embora analistas
prevejam que seu governo possa ser uma continuidade do
atual. Ela tentou definir como
conciliar ambas as coisas: "A
novidade da mudança é precisamente seguir numa mesma
direção, evitando essas sacudidas de um lado ao outro que o
país teve nas últimas décadas."
Ela anunciou que os três eixos de seu governo seriam: consolidação do Estado democrático e suas instituições; modelo
econômico produtivo de acumulação com inclusão social; e
reconstrução da auto-estima.
As eleições serão no dia 28 de
outubro. Cristina lidera as pesquisas com folga sobre a ex-deputada Elisa Carrió e os ex-ministros Roberto Lavagna e Ricardo López Murphy.
(RR)
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