São Paulo, sexta-feira, 20 de julho de 2007

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Ao lançar campanha, Cristina se compara a Hillary Clinton e elogia Néstor e o Brasil

DE BUENOS AIRES

Num palco usado em outros dias para encenar o musical "Madame Butterfly", a primeira-dama argentina, Cristina Fernández de Kirchner, fez ontem o discurso de lançamento de sua candidatura a suceder na Presidência o marido, Néstor.
Cristina foi a única a falar no ato que lotou o Teatro Argentino, em La Plata, com políticos da "concertação plural" que sustenta o atual governo. O palco escolhido foi o mesmo do lançamento, em 2005, de sua candidatura ao Senado pela Província de Buenos Aires.
O ato começou com a projeção de fotos de Cristina: com a família, em atos políticos e com líderes internacionais. Apareceu com Hillary Clinton, com quem tenta se comparar, embora a ex-primeira-dama dos EUA só busque chegar à Casa Branca oito anos após o fim do mandato de seu marido, Bill.
Em outra foto, sorria ao lado dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez. No momento em que falava sobre um modelo de desenvolvimento empresarial, Cristina elogiou: "Não me canso de comparar o desenvolvimento do Brasil com o nosso. Quando vejo a Embraer -eles entraram na aeronáutica depois do peronismo, e vejam aonde chegaram".
Mas os maiores elogios ficaram para o marido, que, segundo ela, teve "um gesto pessoal e político sem precedentes": "Não é comum que alguém com mais de 50% de intenção de voto e com chance de seguir decida não fazê-lo. Os argentinos não se esquecerão de você".
Antes, dissera sobre o governo dele: "Reconstruímos o Estado constitucional democrático. Os argentinos melhoraram sua qualidade de vida. As pessoas voltaram a consumir".
A campanha de Cristina usa o slogan "A mudança acaba de começar", embora analistas prevejam que seu governo possa ser uma continuidade do atual. Ela tentou definir como conciliar ambas as coisas: "A novidade da mudança é precisamente seguir numa mesma direção, evitando essas sacudidas de um lado ao outro que o país teve nas últimas décadas."
Ela anunciou que os três eixos de seu governo seriam: consolidação do Estado democrático e suas instituições; modelo econômico produtivo de acumulação com inclusão social; e reconstrução da auto-estima.
As eleições serão no dia 28 de outubro. Cristina lidera as pesquisas com folga sobre a ex-deputada Elisa Carrió e os ex-ministros Roberto Lavagna e Ricardo López Murphy. (RR)


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