São Paulo, sábado, 20 de agosto de 2011

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Israel diz que ataques são 'só o começo'

Governo promete ampliar bombardeios a alvos em Gaza; Hamas anuncia que rompeu trégua vigente desde 2009

Ofensiva no território palestino teria deixado 9 mortos; no Egito, há protestos após soldados terem sido vitimados

Amro Maraghi/France Presse
Funeral de um dos policiais egípcios mortos anteontem após ataques contra Israel

MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

Após efetuar novos bombardeios aéreos contra alvos na faixa de Gaza, Israel prometeu ontem ampliar a retaliação à série de atentados que deixou oito israelenses mortos anteontem, perto da fronteira com o Egito.
Em resposta, o grupo islâmico Hamas, que controla Gaza, rompeu trégua com o Estado judeu que durava dois anos, elevando a possibilidade de guerra.
Os atentados também geraram tensão nas relações do Estado judeu com o Egito.
O governo egípcio apresentou uma queixa formal contra a morte de três soldados anteontem por Israel durante a perseguição aos terroristas e exigiu a abertura de uma investigação.
Centenas de pessoas protestaram em frente à embaixada de Israel no Cairo, exigindo a expulsão do embaixador e o rompimento das relações diplomáticas, estabelecidas há 31 anos.
Na faixa de Gaza, fontes palestinas informaram que chegou ontem a nove o número de mortos nos bombardeios israelenses. Foram atingidas várias instalações do Hamas.
Em comunicado, o Exército israelense afirmou que os alvos incluíram "uma fábrica de armas e locais de atividade terrorista", entre eles túneis que são utilizados para contrabando na fronteira com o Egito.
Nos primeiros ataques, ainda anteontem, foram mortos dois comandantes e três membros do grupo extremista Comitês de Resistência Popular (CRP), que Israel acusa pelos atentados.
Embora o grupo negue envolvimento nos atentados, Israel continuou a alvejar seus membros. Ontem, mais um comandante dos CRP foi morto ao ser atingido por um míssil israelense quando circulava de motocicleta em Gaza.

GRADE
Em visita a soldados feridos no confronto com os terroristas, o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, disse ontem que os ataques a Gaza "são apenas o começo" da retaliação aos atentados.
Netanyahu prometeu manter os ataques a Gaza e acelerar a construção da grade de proteção na fronteira com o Egito, por onde os autores dos atentados se infiltraram.
Segundo Israel, os terroristas saíram de Gaza por túneis que ligam o território à península do Sinai.
Desde a queda do ditador egípcio Hosni Mubarak, em fevereiro, o policiamento no Sinai deteriorou-se significativamente, e a península virou território livre para extremistas e contrabandistas.
Os atentados no sul de Israel, que atingiram ônibus e carros de passeio com tiros e granadas, foram os mais graves desde que Netanyahu assumiu o poder, em 2009.
Em resposta aos bombardeios, grupos palestinos baseados na faixa de Gaza dispararam 22 foguetes e mísseis contra Israel, que deixaram sete feridos.


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