São Paulo, sábado, 20 de agosto de 2011

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Tumulto na Embaixada da Líbia deixa dois feridos

FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA

SAMY ADGHIRNI
DE SÃO PAULO

Um tumulto entre líbios simpatizantes e contrários ao regime de Muammar Gaddafi na Embaixada da Líbia em Brasília deixou ontem pelo menos dois feridos.
O incidente ocorreu durante a celebração do iftar, a quebra do jejum diário no Ramadã, o mês sagrado islâmico.
Segundo o empresário líbio Mohamed El Zwei, cerca de 30 pessoas foram convidadas ao evento por funcionários da Embaixada contrários ao regime, mas que não desertaram o cargo.
O embaixador Salem Zubeidi, fiel defensor de Gaddafi, não quis participar.
A confusão começou quando os convidados retiraram e rasgaram a bandeira oficial do regime, de cor verde, e tentaram trocá-la pela dos rebeldes, tricolor, segundo o delegado da Polícia Federal Joel Mazo, que mediou o caso.
Houve pancadaria entre os convidados e funcionários pró-Gaddafi. Uma criança e um filho do embaixador ficaram levementes feridos.
O embaixador Zubeidei saiu às pressas do local e se refugiou na residência oficial.
Ele voltou no início da noite, depois que funcionários do Itamaraty foram enviados ao local para tentar acalmar os ânimos.
"Foi um golpe armado. Entraram como convidados e armaram essa confusão, mas felizmente tudo está sob controle. E logo voltaremos a içar a única verdadeira bandeira líbia", disse o embaixador à Folha, por telefone.
Os oposicionistas alegaram que sua ação na Embaixada foi legítima e pacífica.
"A maioria dos líbios que moram no Brasil são contra o regime e o embaixador é a favor", disse El Zwei.
A Embaixada tem mantido suas atividades com dificuldade: desde março não recebe recursos de Trípoli devido às sanções da ONU e atualmente está com dois funcionários a menos.
Na Líbia, os insurgentes anunciaram ontem a conquista de Zlitan, 150 km a leste) da capital Trípoli.
As conquistas aumentam a pressão sobre o regime de Gaddafi, à medida que as tropas rebeldes avançam em direção ao bastião do regime ditatorial.


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