São Paulo, sábado, 20 de agosto de 2011

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"Ante pânico, lógica da crise deve mudar"

CLAUDIA ANTUNES
DO RIO

Os mercados estão em pânico, mandam mensagens contraditórias e cabe aos governos da Europa mudarem o enfoque da crise.
"É preciso uma resposta com visão estratégica, mostrar aos mercados que o crescimento também lhes interessa", diz a chilena Stephany Griffith-Jones, especialista em finanças da Initiative for Policy Dialogue, criada pelo economista Joseph Stiglitz na Universidade Columbia.
Griffith-Jones, 64, fez parte da comissão do governo francês que estudou a viabilidade de um imposto sobre transações financeiras.
Ela está no Rio para participar, nos dias 23 e 24, do seminário "Administrando a Conta de Capital e Regulando o Setor Financeiro: a Perspectiva de um País em Desenvolvimento".

 

Folha - Por que a reunião entre Nicolas Sarkozy e Angela Merkel não acalmou os mercados?
Stephany Griffith-Jones -
Os mercados estão em pânico, e é muito difícil satisfazê-los. Mas também diria que os governos europeus reagiram de maneira muito lenta.
Há agora uma proposta que pode ajudar a solucionar o problema, que é a criação dos eurobônus, em que o risco das dívidas seria garantido por todos da zona do euro.

O fato de Sarkozy e Merkel terem enfatizado cortes de gastos não é uma contradição?
É o problema central. Há um risco de "duplo mergulho" porque as empresas e as pessoas estão endividadas e têm medo de gastar. A resposta deveria ser maiores gastos públicos. Isso está limitado pelos mercados, que mandam mensagens contraditórias: se queixam dos deficits fiscais e depois do freio no crescimento.

Um imposto sobre transações financeiras teria que ser global ou pode ser só na Europa?
O imposto é factível, em especial uma taxa pequena sobre as transações cambiais. É preferível que seja global.

Quanto tempo os países ricos vão demorar para se recuperar?
Hoje todo o mundo só olha para os indicadores ruins, o que acaba reforçando os problemas. É importante que os políticos mudem o enfoque da crise, talvez com uma cúpula do crescimento.
É preciso uma resposta com visão estratégica.

FOLHA.com
Leia íntegra da entrevista
www.folha.com/no962511


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