São Paulo, sábado, 20 de setembro de 2008

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EUA propõem dividir com a Otan custo no Afeganistão

DA REDAÇÃO

O secretário americano de Defesa, Robert Gates, afirmou ontem em Londres que os demais integrantes da Otan -aliança militar ocidental- precisarão dividir com os Estados Unidos os custos para aumentar as forças de segurança do Afeganistão de 80 mil para 134 mil homens.
A longo prazo a Otan se retirará daquele país, argumentou, e é preciso que os próprios afegãos cuidem de sua segurança interna, para que aquele território não se transforme num santuário de terroristas.
Gates participou em Londres de um encontro informal com ministros da Defesa dos outros países da aliança.
A violência no Afeganistão tem aumentado dramaticamente nos dois últimos anos, com a paralela alta no número de mortes entre civis, militares estrangeiros e forças locais.
Estão hoje estacionados naquele país 47 mil militares da Otan -dos quais 13 mil são americanos. Outros 20 mil homens dos Estados Unidos atuam sob comando próprio, sem vínculos com a aliança.
Segundo o "Financial Times", a ampliação da polícia e do Exército no Afeganistão foi orçada pelo Pentágono em US$ 20 bilhões a serem gastos em cinco anos. Além dos integrantes da Otan, o governo americano também pretende convidar o Japão a integrar esse esforço.
O jornal britânico também afirma que, para seus atuais 80 mil homens, as forças afegãs têm um déficit de 3.000 oficiais encarregados do treinamento.
Anteontem, enquanto Gates afirmava que o Pentágono está atento ao recrudescimento da violência no Afeganistão, em Washington, segundo a Reuters, o Departamento de Estado propunha uma revisão mais ampla em toda a política americana aplicada naquele país.
Gates disse não saber se ocorrerão "mudanças significativas". Citou o bom exemplo do Iraque, onde a violência decresceu conforme aumentou a capacidade de intervenção das forças locais.

Pessimismo de Mullen
O secretário de Defesa não quis comentar a declaração do almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior conjunto americano, de que seu país não estava vencendo o confronto com os grupos radicais islâmicos afegãos.
"As coisas são mais complicadas", disse Gates. A seu ver, as regiões oeste e norte do Afeganistão estão relativamente calmas. O sul é problemático, sem que existam ações coordenadas do Taleban contra o governo. Essas ações, afirmou, são decididas de modo esparso.
Na semana passada o presidente George W. Bush disse que os Estados Unidos enviariam ao Afeganistão uma nova brigada do Exército (4.000 homens), mas a Otan calcula que sejam necessárias no mínimo mais três brigadas.


Com agências internacionais


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