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EUA propõem dividir com a Otan custo no Afeganistão
DA REDAÇÃO
O secretário americano de
Defesa, Robert Gates, afirmou
ontem em Londres que os demais integrantes da Otan
-aliança militar ocidental-
precisarão dividir com os Estados Unidos os custos para aumentar as forças de segurança
do Afeganistão de 80 mil para
134 mil homens.
A longo prazo a Otan se retirará daquele país, argumentou,
e é preciso que os próprios afegãos cuidem de sua segurança
interna, para que aquele território não se transforme num
santuário de terroristas.
Gates participou em Londres
de um encontro informal com
ministros da Defesa dos outros
países da aliança.
A violência no Afeganistão
tem aumentado dramaticamente nos dois últimos anos,
com a paralela alta no número
de mortes entre civis, militares
estrangeiros e forças locais.
Estão hoje estacionados naquele país 47 mil militares da
Otan -dos quais 13 mil são
americanos. Outros 20 mil homens dos Estados Unidos
atuam sob comando próprio,
sem vínculos com a aliança.
Segundo o "Financial Times", a ampliação da polícia e
do Exército no Afeganistão foi
orçada pelo Pentágono em US$
20 bilhões a serem gastos em
cinco anos. Além dos integrantes da Otan, o governo americano também pretende convidar
o Japão a integrar esse esforço.
O jornal britânico também
afirma que, para seus atuais 80
mil homens, as forças afegãs
têm um déficit de 3.000 oficiais
encarregados do treinamento.
Anteontem, enquanto Gates
afirmava que o Pentágono está
atento ao recrudescimento da
violência no Afeganistão, em
Washington, segundo a Reuters, o Departamento de Estado propunha uma revisão mais
ampla em toda a política americana aplicada naquele país.
Gates disse não saber se
ocorrerão "mudanças significativas". Citou o bom exemplo do
Iraque, onde a violência decresceu conforme aumentou a
capacidade de intervenção das
forças locais.
Pessimismo de Mullen
O secretário de Defesa não
quis comentar a declaração do
almirante Mike Mullen, chefe
do Estado-Maior conjunto
americano, de que seu país não
estava vencendo o confronto
com os grupos radicais islâmicos afegãos.
"As coisas são mais complicadas", disse Gates. A seu ver,
as regiões oeste e norte do Afeganistão estão relativamente
calmas. O sul é problemático,
sem que existam ações coordenadas do Taleban contra o governo. Essas ações, afirmou,
são decididas de modo esparso.
Na semana passada o presidente George W. Bush disse
que os Estados Unidos enviariam ao Afeganistão uma nova
brigada do Exército (4.000 homens), mas a Otan calcula que
sejam necessárias no mínimo
mais três brigadas.
Com agências internacionais
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