São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Para vítimas, só matar Saddam não basta

DA REDAÇÃO

Sobreviventes e parentes das vítimas de atrocidades cometidas durante o regime de Saddam Hussein consideraram insuficiente a possibilidade de que ex-ditador iraquiano seja condenado a uma pena de morte.
"Ele feriu meus parentes, meus amigos mais próximos. A [pena de] morte não é suficiente para ele", disse Laith Abd Mahdi, do vilarejo de Dujail, palco do massacre de 143 xiitas, em 1982 -a primeira acusação a que o ex-ditador responde no julgamento.
"Enquanto Saddam estiver vivo, nosso sofrimento nunca terminará", disse Pakhshan Mohamed Hama Mared, que perdeu três filhos no ataque químico que matou cerca de 5.000 pessoas na cidade curda de Halabja, em 1988.
"Gostaria de julgar Saddam com minhas próprias mãos. O que eu quero é vingança", disse Krav Nahid, cujo pai foi morto em 1991 numa repressão em Najaf.
"O julgamento vem tarde demais. Deveria ter acontecido tão logo o novo governo foi estabelecido", disse Hasna Jabir, de Kerbala, também fortemente reprimida pelo regime. "Deveríamos executá-lo sem sequer ouvi-lo."
"A morte é pouco comparado com os crimes monstruosos que ele cometeu contra os kuaitianos e iraquianos", disse Mubarak al Enezi, do Kuait, país invadido pelas tropas de Saddam há 15 anos.
Já o ministro da Justiça do Irã, Jamal Karimirad, criticou a posição das potências ocidentais no caso. "Os invasores [do Iraque] querem executá-lo sem esclarecer o papel que tiveram em apoiar Saddam quando esteve no poder", disse a uma rádio local.


Com agências internacionais

Texto Anterior: Ex-ditador faz piadas, briga e questiona juiz
Próximo Texto: Saúde: Gripe aviária chega à Rússia e volta à China
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.