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Para vítimas, só matar Saddam não basta
DA REDAÇÃO
Sobreviventes e parentes das vítimas de atrocidades cometidas
durante o regime de Saddam
Hussein consideraram insuficiente a possibilidade de que ex-ditador iraquiano seja condenado a
uma pena de morte.
"Ele feriu meus parentes, meus
amigos mais próximos. A [pena
de] morte não é suficiente para
ele", disse Laith Abd Mahdi, do
vilarejo de Dujail, palco do massacre de 143 xiitas, em 1982 -a primeira acusação a que o ex-ditador
responde no julgamento.
"Enquanto Saddam estiver vivo, nosso sofrimento nunca terminará", disse Pakhshan Mohamed Hama Mared, que perdeu
três filhos no ataque químico que
matou cerca de 5.000 pessoas na
cidade curda de Halabja, em 1988.
"Gostaria de julgar Saddam
com minhas próprias mãos. O
que eu quero é vingança", disse
Krav Nahid, cujo pai foi morto em
1991 numa repressão em Najaf.
"O julgamento vem tarde demais. Deveria ter acontecido tão
logo o novo governo foi estabelecido", disse Hasna Jabir, de Kerbala, também fortemente reprimida pelo regime. "Deveríamos
executá-lo sem sequer ouvi-lo."
"A morte é pouco comparado
com os crimes monstruosos que
ele cometeu contra os kuaitianos
e iraquianos", disse Mubarak al
Enezi, do Kuait, país invadido pelas tropas de Saddam há 15 anos.
Já o ministro da Justiça do Irã,
Jamal Karimirad, criticou a posição das potências ocidentais no
caso. "Os invasores [do Iraque]
querem executá-lo sem esclarecer
o papel que tiveram em apoiar
Saddam quando esteve no poder", disse a uma rádio local.
Com agências internacionais
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