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Pentágono passa a aceitar militares gays
Orientação é repassada após liminar que suspendeu proibição de homossexuais assumidos no serviço militar
Os recrutas, no entanto, devem ser informados que a moratória pode ser revertida a qualquer momento pelo governo
16.set.2010-Alex Wong/France Presse
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Ativistas protestam contra política "Don't ask, don't tell" durante reunião do Comitê de Serviços Armados do Senado
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O Pentágono anunciou ontem que, pela primeira vez na
história dos Estados Unidos,
está instruindo os recrutadores militares a aceitar inscrições de gays e bissexuais que
desejam ingressar nas Forças
Armadas do país.
A orientação foi adotada
após liminar de uma juíza federal da Califórnia que, no
último dia 12, suspendeu a
aplicação da chamada política "don't ask, don't tell" (não
pergunte, não conte), dizendo que ela é inconstitucional.
Em prática há 17 anos, a
política proíbe que homossexuais assumidos sirvam nas
Forças Armadas do país.
O Departamento de Justiça
deve recorrer da decisão.
Mas, enquanto isso, o Pentágono tem orientado, desde
o fim da semana passada, os
líderes militares a aceitar inscrições de quem assume
abertamente ser gay.
Porém, no momento da
inscrição, os recrutas devem
ser informados de que essa
moratória pode ser revertida
a qualquer momento.
"Se eles vão admitir que
são gays e querem se alistar,
iremos processar o alistamento, mas iremos dizer a
eles que a situação legal pode mudar", disse o porta-voz
do Comando de Recrutamento do Exército em Fort Knox
(Kentucky), Douglas Smith.
Na prática, segundo ele, os
recrutadores continuam sem
perguntar a orientação sexual dos aplicantes.
A diferença agora é que
qualquer pessoa que disser
ser gay terá seu alistamento
aceito e avaliado.
BATALHA
O governo do presidente
Barack Obama está travando
uma batalha jurídica para
que a "don't ask, don't tell"
seja temporariamente restabelecida, enquanto tenta levar adiante uma revogação
mais deliberada da política
no Congresso.
No mês passado, o Senado
bloqueou o início do debate
sobre as regras de defesa.
A disputa ocorre em um
momento delicado para Obama e os membros de seu Partido Democrata no Congresso, que correm o risco de perder o apoio da comunidade
gay -parcela importante do
eleitorado- às vésperas das
eleições legislativas de 2 de
novembro.
Apesar da orientação aos
recrutadores, grupos que defendem os direitos de homossexuais continuam pedindo
para que os que já prestam
serviço militar evitem revelar
sua orientação sexual.
O temor é que eles sejam
prejudicados no caso de a política voltar a ser aplicada.
O status incerto da lei tem
causado muita confusão em
uma instituição que, historicamente, discriminou gays.
Antes da política do "don't
ask, don't tell", de 1993, as
Forças Armadas americanas
baniam completamente os
homossexuais, que eram declarados como incompatíveis com o serviço militar.
No total, 29 países -incluindo Israel, Suécia, Canadá e Alemanha- permitem
que gays assumidos sirvam
militarmente.
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