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VISITA DE ESTADO
Em Londres, o presidente americano afirma que não recuará no Iraque e cobra paz no Oriente Médio
Bush diz que não teme "bando de criminosos"
DA REDAÇÃO
Em meio a protestos contra sua
polêmica visita ao Reino Unido, o
presidente dos EUA, George W.
Bush, voltou ontem, em Londres,
a defender sua política externa,
afirmando que seu país não irá recuar por causa de um "bando de
criminosos" no Iraque. Ele também exortou a ONU a defender as
resoluções que aprova e, em tom
duro, dirigido tanto a Israel quanto aos palestinos, pediu paz no
Oriente Médio.
Em discurso de cerca de 45 minutos, Bush disse que as organizações internacionais têm de estar à
altura dos desafios mundiais,
"desde erguer Estados enfraquecidos até se opor à proliferação"
de armas nucleares.
Mas, em resposta a críticas recorrentes no Reino Unido e em
outros países, Bush enfatizou que,
"como 11 presidentes antes de
mim", ele estava comprometido
com as instituições que os EUA e
seus aliados ajudaram a formar.
Bush também disse apoiar o multilateralismo, numa tentativa de
rebater críticas de que seu governo toma decisões sozinho.
Mas o presidente disse que a
credibilidade da ONU depende de
sua habilidade para manter a palavra e "agir quando a ação for necessária". "Não basta encarar os
perigos do mundo com resoluções. Devemos encarar esses perigos com determinação."
Como anunciado por assessores, Bush defendeu o uso da força
como alternativa. "Em alguns casos, o uso comedido da força é tudo que nos protege de um mundo
caótico dominado pela força."
No discurso, proferido em almoço no Palácio Whitehall para
cerca de 400 especialistas em política externa e convidados, Bush
referiu-se indiretamente à França
e à Alemanha ao dizer que potências da Europa continental têm a
obrigação de ajudar na segurança
global, apesar da oposição à Guerra do Iraque.
"Porque os países europeus
agora resolvem suas diferenças
com negociação e consenso, algumas vezes há a presunção de que
todo o mundo funciona da mesma forma."
"Além das fronteiras européias,
num mundo onde a opressão e a
violência são muito reais, a libertação ainda é um objetivo moral, e
a liberdade e a segurança ainda
precisam de defensores," disse o
presidente americano.
Iraque
A respeito da Guerra do Iraque
-principal foco das manifestações programadas contra ele em
Londres-, Bush disse que havia
duas opções: "manter ou quebrar
nossa palavra". "O fracasso da democracia no Iraque jogará sua
população de volta à miséria e entregará o país aos terroristas que
querem nos destruir", disse, sob
fortes aplausos.
"Não fracassaremos no Iraque",
afirmou. O presidente, no entanto, evitou falar sobre o suposto arsenal de armas de destruição em
massa do ex-ditador Saddam
Hussein, a principal justificativa
usada pelos EUA e pelo Reino
Unido para invadir o Iraque.
O fato de as armas não terem sido encontradas até agora é um
dos principais problemas políticos do premiê Tony Blair, acusado de ter exagerado a ameaça representada por Saddam.
Bush disse que a situação atual
do Iraque é séria e que os ataques
diários são realizados por estrangeiros infiltrados no país, embora
generais norte-americanos atribuam a violência a insurgentes
leais a Saddam.
No entanto, disse, "nós não
avançamos por centenas de milhas até o coração do Iraque, pagamos um preço amargo em vidas e liberamos 25 milhões de
pessoas apenas para recuar diante
diante de um bando de criminosos e assassinos".
"Nações livres não conseguiram
reconhecer, muito menos combater, o mal agressivo", disse, em
alusão a Saddam.
Conflito israelo-palestino
Num esforço para mostrar que
não vê apenas o lado israelense,
Bush criticou a construção da
barreira que separa o país da Cisjordânia. Ele exortou Israel a pôr
fim à "humilhação diária" dos palestinos e a não prejudicar as negociações de paz erguendo "muros e cercas". Israel alega que a
barreira é para prevenir ataques
terroristas.
Para Bush, Israel deveria "congelar" a construção de novos assentamentos, política que tem o
apoio explícito do premiê israelense, Ariel Sharon.
Os EUA também defendem a
segurança de Israel, "que tem vivido à sombra da morte aleatória
por tempo demais", disse Bush.
Em crítica ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser
Arafat, disse que os palestinos
"merecem líderes verdadeiros".
Com agências internacionais e "The New
York Times"
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