São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 2008

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Chefe da Interpol no México é detido por ligação com tráfico

Procuradoria pediu prisão preventiva por 40 dias de Ricardo Gutiérrez, da polícia federal, porém não especificou acusação

Ação faz parte da "Operação Limpeza", iniciada em julho; nas últimas semanas, foram presos cinco policiais que integravam alto escalão

DA REDAÇÃO

O oficial da polícia federal do México responsável pelas operações da Interpol (polícia internacional) no país foi detido, no último domingo, a pedido da PGR (Procuradoria Geral da República), sob a acusação de envolvimento com o narcotráfico. Ricardo Gutiérrez Vargas foi preso preventivamente, por 40 dias, em ação da "Operação Limpeza", de combate à infiltração de cartéis no Estado.
A PGR não especificou as acusações, mas, em nota divulgada anteontem à noite, disse se tratar de prisão no marco das "investigações contra funcionários públicos que deram informações confidenciais a pessoas não autorizadas". Gutiérrez é o quinto oficial de polícia de alto escalão a ser detido nas últimas semanas.
No começo deste mês, o chefe da polícia federal, Gerardo Garay, renunciou depois que um de seus assessores foi acusado de integrar o cartel de Sinaloa, e o ex-número dois da polícia federal Rodolfo de la Guardia Garcia foi preso, acusado de ligação com o tráfico.
A Interpol anunciou ontem o envio de uma missão ao México para determinar se Gutiérrez utilizou indevidamente os seus sistemas e bancos de dados, mas ressaltou não ter jurisdição para investigá-lo, tarefa a cargo das autoridades locais.
A "Operação Limpeza", iniciada em julho, é parte de uma ofensiva levada a cabo pelo governo Felipe Calderón contra os cartéis de narcotraficantes no país, que controlam as rotas do tráfico para os EUA. Apenas neste ano, estima-se que entre 4.300 e 5.000 mortes estejam relacionadas ao narcotráfico.
Na terça, o Exército mexicano, com apoio da Marinha e das polícias federal e estadual, assumiu o patrulhamento na cidade de Tijuana, no litoral do oceano Pacífico e fronteiriça com os EUA. A operação, que afastou 500 policiais municipais, durará um mês, de acordo com o prefeito, Jorge Ramos.
A cidade é uma das mais atingidas pela onda de violência decorrente das disputas entre os cartéis e destes com forças de segurança. Em 2006, logo após assumir, Calderón colocou 36 mil soldados para combater o narcotráfico. Das mortes atribuídas à atividade neste ano, quase 650 ocorreram em Tijuana, 14 delas em chacina na última segunda.


Com agências internacionais


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