São Paulo, Segunda-feira, 20 de Dezembro de 1999


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RÚSSIA
PC deve ter maior bancada parlamentar, mas ieltsinismo obtém avanço importante em eleição legislativa
Neocomunistas lideram, diz pesquisa

Associated Press
Refugiadas tchetchenas retiradas de Grozni (capital do território) choram em hospital na Rússia


das agências internacionais


O Partido Comunista começou as apurações da eleição parlamentar de ontem na Rússia como favorito, seguido pelo bloco Unidade, de apoio ao presidente Boris Ieltsin. Segundo pesquisa de boca-de-urna da TV NTV, os comunistas devem ficar com 28% dos votos e o Unidade, com 24%.
Os atuais comunistas aceitam a economia de mercado e o multipartidarismo, o que não acontecia antes da queda do regime comunista russo, em 1991.
Comentando as previsões em relação ao Unidade, Mikhail Kojukhov, porta-voz do premiê russo, Vladimir Putin, disse que elas "indicam que os eleitores estão fazendo suas escolhas em favor de uma nova geração, pronta para melhorar a vida do povo".
A Duma (câmara baixa do Parlamento russo) atual já tem maioria do Partido Comunista. As eleições são consideradas como um ensaio das eleições presidenciais de junho do ano que vem. Putin é o preferido de Boris Ieltsin para sucedê-lo no cargo.
Até a noite de ontem, apenas 7% dos votos haviam sido apurados, com 28% para o Unidade e 25% para os neocomunistas.
O Pátria-Toda a Rússia, bloco de centro-esquerda e de oposição ao Kremlin, liderado por Iuri Lujkov, prefeito de Moscou, e por Ievguêni Primakov, ex-premiê, deve ficar em terceiro lugar, com 11% da votação, segundo a pesquisa. Primakov lançou sua candidatura à Presidência semana passada e espera que uma boa votação o habilite a enfrentar a máquina eleitoral do governo.
Uma expressiva votação do Unidade e do SPS (sigla em russo de União das Forças de Direita), que também apóia Putin, pode aumentar as perspectivas do premiê. O premiê desponta como o político mais popular do país por causa da campanha militar na Tchetchênia. Ele tem cerca de 40% de aprovação nas pesquisas.
A maioria da população russa é a favor da ação no território separatista de maioria muçulmana que sofre bombardeios russos há três meses. Líderes tchetchenos são acusados da autoria de atentados terroristas que mataram cerca de 300 pessoas na Rússia.
O líder do SPS e um dos principais artífices das privatizações russas depois da queda do comunismo, Anatoli Tchubais, afirmou que os resultados preliminares são "um avanço para a direita". O partido tem 8% na pesquisa da NTV. O SPS é tido como uma coalizão de "jovens reformistas" e vários de seus membros ocuparam posições-chave no governo.
O único partido importante que ainda corre o risco de não alcançar 5% dos votos, número mínimo para conseguir ocupar uma das 225 cadeiras na Duma reservadas para listas partidárias, é o ultranacionalista liderado por Vladimir Jirinovski.
O restante das 450 cadeiras é decidido por votações distritais.


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