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Uribe quer soltura "unilateral" dos 45 reféns
Um dia após anúncio de que Farc libertariam três reféns, colombiano exige ação "incondicional" que englobe todos os seqüestrados
Libertados já estariam se dirigindo à Venezuela; França se oferece para receber guerrilheiros soltos em troca humanitária
DA REDAÇÃO
Um dia após o anúncio de
que as Farc (Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia)
libertariam três reféns, o presidente colombiano, Álvaro Uribe, afirmou que o grupo guerrilheiro deveria soltar todos os
seus seqüestrados unilateral e
incondicionalmente.
Sobre a decisão da guerrilha
de libertá-los em "desagravo" a
Hugo Chávez, desafeto de Uribe, o colombiano não se queixou: "Temos dito que qualquer
libertação de maneira unilateral, incondicional, por consideração ao presidente da Venezuela, o governo colombiano a
avaliaria como bem-vinda".
Na terça-feira, as Farc anunciaram, em mensagem enviada
à agencia estatal cubana Prensa
Latina, que poriam em liberdade Clara Rojas, seu filho Emmanuel, nascido no cativeiro há
três anos (leia texto ao lado), e a
ex-deputada Consuelo Rodríguez de Perdomo.
Rojas era assessora da campanha presidencial de Ingrid
Betancourt e foi seqüestrada
com ela em fevereiro de 2002.
Perdomo era deputada quando
foi seqüestrada, em 2001.
Para Uribe, as Farc não deveriam soltar apenas esses reféns,
mas sim todos os 45 que a guerrilha busca trocar por 500
guerrilheiros presos.
Em resposta, o porta-voz das
Farc Raúl Reyes afirmou, em
texto enviado à agência Anncol,
que todos os reféns seriam libertados "sem problemas" se
Uribe renunciasse.
Álvaro Uribe afastou Chávez
e a senadora colombiana de esquerda Piedad Córdoba da mediação das negociações com as
Farc após o venezuelano contatar diretamente um militar colombiano. Ontem, Córdoba
disse que um alto funcionário
do governo colombiano ordenou que ela fosse morta. A senadora, que não citou o nome
do funcionário, disse que o plano era matá-la na Venezuela.
A colombiana, que está nos
EUA em busca de apoio político, diz que Bogotá não aprova
que ela insista em participar
das negociações pela troca humanitária. Segundo ela, na semana passada seu apartamento
foi invadido e um computador e
documentos, furtados.
O anúncio da libertação dos
três reféns foi comemorado pelos familiares de outros seqüestrados. Fabrice Delloye, ex-marido de Ingrid Betancourt, disse ter recebido informações de
Chávez de que a mensagem das
Farc é autêntica. Segundo ele,
os reféns já abandonaram o
"perímetro de segurança" que
cerca a guerrilha. "Cremos que
se dirigem à Venezuela", disse
ele à imprensa francesa.
Em sua declaração à rádio,
Uribe voltou a rejeitar a desmilitarização de dois municípios,
medida exigida pelas Farc para
negociar a troca humanitária.
Para o presidente, a desmilitarização solicitada "é um atropelo à cidadania".
Ontem, o ministro da Defesa
colombiano, Juan Manuel Santos, afirmou que, se solicitado,
o governo está disposto a colaborar com a Cruz Vermelha ou
outros órgãos humanitários para facilitar a libertação dos três
reféns. "As forças militares facilitarão a liberação de qualquer seqüestrado onde seja."
França
Ontem, o governo francês se
ofereceu para receber os guerrilheiros que eventualmente
forem soltos como parte do plano da troca humanitária.
Segundo o primeiro-ministro francês, François Fillon, em
encontro recente Uribe lhe
afirmou que gostaria que a
França recebesse os guerrilheiros. "A França disse que estava
disposta a fazê-lo, assim como
outros países europeus e latino-americanos", disse Fillon a
uma rádio. Ele não especificou
quais as outras nações que receberiam os rebeldes.
Com agências internacionais
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