São Paulo, quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

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Procurador denuncia acordo no caso da mala

Americano vê conspiração venezuelo-argentina

DA REDAÇÃO

Os governos da Argentina e da Venezuela colaboraram para tentar esconder a fonte dos US$ 800 mil encontrados na mala do americano-venezuelano Guido Antonini Wilson, em agosto passado, quando ele desembarcava em Buenos Aires vindo de Caracas. A acusação foi feita pelo procurador federal americano Thomas Mulvihill, segundo o jornal "Miami Herald", em audiência conduzida na segunda-feira na Justiça dos EUA.
Wilson foi flagrado naquele dia 4 de agosto com o dinheiro em um avião fretado por uma companhia estatal argentina. Ele então foi solto e acusado de infração alfandegária, tendo mais tarde fugido para os EUA.
Mulvihill já havia afirmado, na semana passada, que o dinheiro era uma contribuição do governo de Hugo Chávez à então presidenciável argentina Cristina Fernández de Kirchner. O procurador federal fez essa primeira acusação quando apresentou denúncia contra os empresários venezuelanos Carlos Kaufman, Franklin Durán, Moises Maionica, além do uruguaio Rodolfo Wanseele Panciello, presos pelo FBI.
Os quatro são acusados de atuar nos EUA como agentes de Caracas e de pressionar Wilson para que não revelasse a origem e o destino do dinheiro.
Na audiência de segunda-feira, Mulvihill declarou ao juiz haver "numerosas gravações em que eles [os acusados] deixam claro haver um acordo entre os governos venezuelano e argentino para que a verdadeira origem desses fundos [os US$ 800 mil] fosse suprimida", relata o "Miami Herald".
Segundo o procurador, foi necessário o acordo para ocultar a fonte do dinheiro porque o caso "virou um problema de relações públicas".
Buenos Aires e Caracas negam participação no caso. O ex-presidente Néstor Kirchner, que há dez dias transmitiu a sua mulher a chefia do Estado, exigiu ontem que Washington entregue Wilson, cuja extradição foi pedida pela Argentina por tentativa de contrabando e lavagem de dinheiro. Kirchner qualificou de "vergonhoso" o processo que corre nos EUA, no qual Wilson não é réu e sim colaborador da Justiça.
A juíza argentina María Luz Rivas Diez afirmou ter enviado à Justiça americana um pedido para que lhe mande provas de que o dinheiro da mala era destinado a Cristina Kirchner.


Com agências internacionais


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