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Uruguai aprova união entre gays
Lei que passou pelo Senado faz do país o primeiro da região a reconhecer união civil entre homossexuais
Medida deverá valer para parceiros que mantêm relação "exclusiva", "afetiva" e "estável" há pelo menos cinco anos ininterruptos
DA REDAÇÃO
Após a aprovação, pelo Senado, de um projeto de lei que regulamenta a "união concubinária", o Uruguai tornou-se anteontem o primeiro país latino-americano a reconhecer, em
âmbito nacional, a união civil
entre pessoas do mesmo sexo.
O projeto recebeu votação
unânime dos 22 senadores presentes e aguarda sanção presidencial para começar a valer. A
bancada do conservador Partido Nacional foi contrária, segundo o jornal "El País".
Com a medida, o Uruguai
passa a integrar o rol formado
por alguns Estados dos EUA e
países europeus, como Inglaterra, França, Alemanha e Dinamarca, que reconhecem
uniões civis entre casais homossexuais.
Na América Latina, apenas
duas capitais -Buenos Aires e
Cidade do México- reconhecem uniões do tipo.
Pela nova lei uruguaia, pessoas de "qualquer idade, sexo,
identidade, orientação ou opção sexual" que "mantêm relação afetiva de índole sexual, exclusiva, singular, estável e permanente" por cinco anos seguidos terão direito a assistência
mútua, criação de sociedades
de bens, herança e pensão.
Embora reconheça direitos, a
nova lei não equipara uniões civis ao casamento, observou a
senadora Margarita Percovich,
da Frente Ampla governista, ao
jornal "La Republica". A contento da Igreja Católica, cuja
oposição ao casamento gay é
inegociável. Para a igreja, políticos católicos têm "obrigação
moral" de ser contra a instituição, diz a agência Reuters.
"A lei reconhece o que na
prática já se dá. Esperamos que
se espalhe por toda a América
Latina", disse à Folha a socióloga da Rede Ibero-americana
pelas Liberdades Laicas, Nelly
Caro, da Cidade do México.
Entre 1987 e 2004, o número
de concubinatos triplicou no
Uruguai, enquanto o de casamentos caiu pela metade, segundo pesquisa da demógrafa
uruguaia Wanda Cabella, da
Universidade da República
Oriental do Uruguai.
Bélgica, Holanda, Espanha e
Canadá são os únicos países
que permitem o casamento homossexual. Já a união civil foi
aceita pela primeira vez na Dinamarca, em 1989.
Em março deste ano, a Cidade do México passou a aceitar
uniões civis, independentemente do sexo ou da natureza
da relação, pela Lei de Sociedades de Convivência. Buenos Aires reconhece, desde 2003,
uniões gays que tenham mais
de dois anos.
Com agências internacionais
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