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Hollywood, que apoiava Gore, respira aliviada
DE NOVA YORK
Por mais paradoxal que
pareça, Hollywood respira
mais aliviada com George
W. Bush na Presidência.
Sim, a maioria da comunidade cinematográfica é ostensivamente democrata,
mas a eleição de Al Gore e
Joseph Lieberman traria dor
de cabeça para a indústria do
cinema norte-americano.
O vice-presidente de Bill
Clinton já havia ameaçado
rever o atual sistema de classificação etária de filmes se
eleito. E seu vice, o judeu ortodoxo Lieberman, chegou a
dar um prazo de seis meses
depois da posse para que
Hollywood "limpasse sua
conduta".
O senador se referia à recente polêmica em que se
envolveram os grandes estúdios, quando o jornal "The
New York Times" revelou
que filmes depois lançados
no mercado como desaconselháveis para menores de 18
anos eram testados previamente em audiências formadas principalmente por
crianças.
Jack Valenti, o presidente
da Motion Picture Association of America (MPAA),
uma espécie de Fiesp do cinema, que defende os interesses dos maiores estúdios
junto ao governo e no exterior, contemporiza: "Nós
sempre tivemos apoio de
ambos os lados, seja o presidente democrata, seja ele republicano".
O combativo Valenti, no
cargo desde os anos 60 e chamado de "secretário informal de Estado", descarta a
hipótese de uma perseguição de George W. Bush pelo
apoio da absoluta maioria de
Hollywood dado aos democratas.
"No exterior, quando vamos vender nosso peixe,
ninguém sabe se a indústria
cinematográfica norte-americana é republicana, democrata ou vegetariana. Mas
ambos os partidos do Congresso sabem que a economia fica pior sem os lucros
do cinema."
O executivo não está blefando. No ano passado, a indústria faturou US$ 7,6 bilhões só em vendas de ingressos internamente -e o
triplo disso computados o
merchandising e as vendas
no exterior. Mais: o cinema
dá emprego a 600 mil pessoas nos Estados Unidos.
Valenti faz lobby desde o
ano passado no Congresso
para que sejam aprovadas
leis mais duras em relação à
propriedade intelectual na
Internet.
(SD)
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