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PERU
Promotor vê indícios de participação da CIA na operação
Começa julgamento de ex-aliado de Fujimori por venda de armas às Farc
DA REDAÇÃO
O ex-chefe do serviço de inteligência peruano Vladimiro Montesinos, 58, preso desde junho de
2001, começou a ser julgado ontem, em Lima, pela acusação de
vender 10 mil armas para a guerrilha terrorista de esquerda das
Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), numa operação que teria o envolvimento da
CIA (serviço secreto dos EUA).
Considerado o homem forte do
governo do ex-presidente Alberto
Fujimori (1990-2000), Montesinos também responde a mais de
70 processos, que incluem assassinato, corrupção e tráfico de drogas. Essas denúncias foram o pivô
da crise que culminou na renúncia de Fujimori, em 2000.
Os promotores, que querem
uma pena de 20 anos, acusam
Montesinos de planejar a venda
de 10 mil fuzis vindos da Jordânia
e entregues via pára-quedas às
Farc, em 1999. Outras 37 pessoas
também são réus nesse processo.
Montesinos nega o negócio, estimado em US$ 750 mil.
O promotor Ronald Gamarra
diz que há indícios de que a CIA
tenha apoiado a operação, que teria sido realizada um ano antes da
aprovação do Plano Colômbia,
um pacote americano de ajuda ao
combate ao tráfico de drogas.
Para Gamarra, a intenção de
Montesinos era "agradar mais
uma vez à CIA, que, na época,
buscava colocar em marcha o
chamado Plano Colômbia, para
radicalizar a luta contra as Farc".
O promotor disse que o traficante de armas libanês Sarkis Soghanalian declarou em juízo que a
compra de fuzis era do conhecimento da inteligência americana.
"Essa operação escapava dos
poderes que Montesinos tinha no
Peru, pois envolvia muita gente
no exterior. Montesinos não teria
corrido o risco de ser descoberto a
menos que se sentisse protegido
por um organismo estrangeiro
importante", disse.
O governo norte-americano
não havia comentado o assunto
até o fechamento desta edição.
Com agências internacionais
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