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Senado acata lei que anula ações contra Berlusconi
Projeto deve resultar na prescrição dos processos em que premiê italiano é réu
Mudança legal, criticada pela oposição, depende de aval da Câmara Baixa e pode afetar a tramitação de até 100 mil processos no país
DA REDAÇÃO
O Senado da Itália aprovou
ontem, por 163 votos a 130, um
projeto de lei que altera o prazo
de prescrição de processos judiciais, medida que beneficia o
premiê Silvio Berlusconi -réu
em processos de fraude fiscal e
suborno. O projeto, proposto
pelo Executivo italiano, agora
tramitará na Câmara, onde
também deve ser aprovado.
Segundo o projeto, crimes
graves, como terrorismo e máfia, prescreverão só após 15
anos de tramitação. Para casos
de pena superior a dez anos de
cadeia, a prescrição ocorre após
sete anos e meio. Já para processos cujas penas totalizem
menos de dez anos -caso dos
processos contra o premiê-, a
prescrição é em seis anos e
meio. Atualmente, esse teto é
de dez anos.
Se aprovado o projeto, seu
caráter retroativo fará com que
prescrevam duas acusações
contra Berlusconi que voltaram a tramitar em outubro,
quando a Justiça considerou
inconstitucional uma lei que
dava imunidade ao premiê direitista enquanto continuasse
no poder.
Berlusconi é acusado de ter
pago US$ 600 mil ao advogado
britânico David Mills para depor em seu favor na década de
90. O começo da ação completou seis anos em outubro. No
segundo processo, que completou seis anos em novembro, o
premiê responde por fraude
fiscal envolvendo seu conglomerado midiático, o Mediaset.
A mudança legal também pode derivar na prescrição de até
100 mil processos na Itália, incluindo grandes casos de falência, como o da Parmalat.
Aliados de Berlusconi defendem que a longa duração dos
processos reforça a lentidão da
Justiça italiana. A oposição diz
que o projeto é casuísta.
"Não é para mim [a alteração
legal], e sim para a Europa, que
exige que fixemos um prazo razoável aos processos", disse
Berlusconi, que não confirmou
se irá às audiências nas quais é
réu, chamando as sessões de
"pelotões de fuzilamento".
Com agências internacionais
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