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IRAQUE
Atentados matam 24 no país
EUA ameaçam retirar apoio a governo sectário
DA REDAÇÃO
Os EUA retirarão seu apoio ao
governo iraquiano se o controle
da polícia e do Exército for entregue a milícias políticas ou religiosas, ameaçou o embaixador americano no Iraque, Zalmay Khalilzad, sublinhando os riscos de formar um governo sectário. O alerta
ocorreu no dia em que atentados
mataram 24 pessoas no país.
A advertência de Khalilzad é a
mais explícita e dura já vinda de
uma autoridade americana quanto ao poder de grupos religiosos.
As eleições parlamentares de
dezembro foram vencidas pela
Aliança Iraque Unido, que congrega partidos religiosos xiitas.
Mas, sem margem para governar
sozinho, o grupo busca formar
uma coalizão, negociando em primeira instância com os curdos
(sunitas) e árabes xiitas seculares.
Os xiitas, perseguidos por Saddam Hussein (1979-2003), perfazem 60% da população, e os curdos, 15%. Já os árabes sunitas, que
com a queda do ditador perderam privilégios, são 20%. É a eles
que as autoridades iraquianas e
americanas atribuem a insurgência. Atraí-los para o processo político, crêem, amenizaria a violência e facilitaria a retirada dos EUA.
Khalilzad tachou as cisões religiosas e étnicas de "o problema
fundamental do Iraque". "Para
superá-lo, é preciso um governo
de unidade nacional", disse. O gabinete -sobretudo as pastas da
Defesa e do Interior- deve ser de
"indivíduos não-sectários, amplamente aceitos e sem ligação
com milícias". Caso isso não
ocorra, alertou, "o Iraque corre o
risco de cair nas mãos dos senhores da guerra, como ocorreu durante um tempo no Afeganistão".
Para enfatizar o alerta, Khalilzad disse que os EUA "não investirão recursos do povo americano
em forças comandadas por indivíduos sectários" ou milícias.
O governo interino não se manifestou. Ontem, o chanceler britânico, Jack Straw, visitaria Bagdá
para se inteirar das negociações.
Atentados
Um homem-bomba matou 12
pessoas e feriu 15 ontem no bairro
xiita de Kazimiyah, em Bagdá.
Horas antes, uma bomba havia
explodido perto da praça da Libertação, também na capital, matando quatro pessoas e ferindo 14.
Em Mossul (noroeste), um homem-bomba atacou um restaurante lotado de policiais, matando
pelo menos cinco pessoas. Outros
dois civis morreram na explosão
de um carro-bomba em Madain
(sudeste), e um soldado americano morreu atingido por uma
bomba em Larbala (sudoeste).
Além disso, dois civis macedônios seqüestrados no sul do país
na semana passada foram soltos.
Também ontem, autoridades
americanas previram que o total
restabelecimento do fornecimento de energia elétrica para todo o
território levará de cinco a sete
anos. Embora o fornecimento esteja melhorando, ele ainda é inferior ao de antes da guerra.
Com agências internacionais
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