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Viúvo de Benazir descarta ser premiê
Ali Zardari, líder da maior bancada no Parlamento paquistanês, rejeitou entrar em pleito complementar
Governo aperta cerco contra o político e reforça pedido de indiciamento por desvio de dinheiro; ele é suspeito de ter roubado US$ 55 mi
DO ENVIADO ESPECIAL A ISLAMABAD
No mesmo dia em que descartou lutar para ter o direito
de se candidatar em uma das
eleições complementares para
a Assembléia Nacional do Paquistão e eventualmente virar
primeiro-ministro, o líder do
PPP (Partido do Povo Paquistanês) viu o governo reforçar o
pedido para que seja indiciado
por desvio de dinheiro.
Asif Ali Zardari, viúvo da ex-premiê Benazir Bhutto, é acusado pelo governo do Paquistão
de ter desviado US$ 55 milhões
no segundo governo de sua mulher, entre 1993 e 1996.
Até hoje ele é chamado pelos
adversários no país de "Mr.
10%", apelido relacionado à comissão que levaria de empreiteiros em grandes obras como o
Centro de Convenções e o Palácio do Primeiro-Ministro, em
Islamabad.
Zardari e Bhutto sempre negaram as acusações, que correm numa corte de Genebra, já
que o dinheiro estaria em um
conjunto de "offshores" registradas na Suíça.
O viúvo foi anistiado das acusações no ano passado, mas a
decisão não foi julgada ainda
pela Suprema Corte.
Pós-eleição
A pressão vem num momento delicado para Zardari, que
não é uma liderança firme no
seu PPP, partido que ganhou a
maior bancada na eleição geral
de segunda-feira.
Ontem, ele continuou suas
conversas visando a formação
do novo governo. Tentando negociar, telefonou para vários líderes da oposição que boicotaram o pleito por o considerarem ilegal.
Outro líder da oposição, o ex-premiê Nawaz Sharif, cujo partido abocanhou o segundo lugar no pleito, afirmou que segue em negociações com o PPP.
O ditador Pervez Musharraf
fez apelos por uma reconciliação com a oposição após a derrota de seu partido nas urnas,
mas já rechaçou a possibilidade
de deixar o poder.
(IGOR GIELOW)
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