|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRIME
Usando a Internet para obter dados, um empregado de restaurante teria feito transações e compras em nome de multimilionários
Hacker pode ter roubado milhões nos EUA
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Abraham Abdallah, 32, empregado de um restaurante de Nova
York, supostamente foi responsável pelo maior roubo de identidades da história da Internet e está
sendo acusado de ter levado milhões de dólares de algumas das
pessoas mais ricas dos EUA, segundo informaram autoridades
norte-americanas ontem.
As autoridades disseram que
Abdallah, que abandonou os estudos antes de terminar o colegial,
enganou mais de 200 empresários
usando computadores de bibliotecas do Brooklyn, em Nova York,
e, assim, conseguiu obter faturas
de cartão de crédito de pessoas
importantes. Entre elas estão Paul
Allen, um dos fundadores da Microsoft, o diretor de cinema Steven Spielberg e Ted Turner, fundador da rede de TV CNN.
Abdallah já havia sido indiciado
por uma corte do Estado de Nova
York sob acusação de fraude, mas
o caso passou agora para a instância federal, segundo as autoridades. O advogado de Abdallah não
foi encontrado e não pôde comentar o assunto.
A polícia informou ter prendido
Abdallah em 23 de fevereiro último depois de tê-lo perseguido durante seis meses. Ele usava telefones celulares alugados para escapar do cerco policial.
"Ele dizia estar em todos os lugares possíveis e fingia ser outras
pessoas, mas, na realidade, estava
em Nova York e trabalhava como
ajudante na cozinha de um restaurante", disse um policial, que
não quis se identificar, ao jornal
"The New York Post".
A polícia disse que Abdallah teve acesso a contas bancárias, faturas de cartão de crédito e carteiras
de ações de multimilionários, como Spielberg, Turner e Allen. Os
financistas George Soros e Warren Buffett, o quarto homem mais
rico do mundo, o presidente da
Disney, Michael Eisner, o presidente da Viacom, Sumner Redstone, e a apresentadora de TV
Oprah Winfrey também teriam
sido vítimas das ações criminosas
de Abdallah.
Quando Abdallah foi indiciado
pela corte de Nova York, no início
do mês, foi divulgado que investigadores haviam descoberto que
ele possuía documentos contendo fotografias, números de carteiras de identidade, datas de nascimento e endereços de mais de 200
executivos de empresas que figuram na lista das 500 maiores corporações dos EUA, feita pela revista "Forbes". Ele também teria
mais de 400 números de cartões
de crédito de multimilionários.
Segundo a polícia, Abdallah telefonava para bancos e corretoras,
como Goldman Sachs, Bear
Stearns, Merrill Lynch e Fidelity
Investments, fingia ser um dos
multimilionários e realizava operações financeiras ou obtinha informações confidenciais. Assim,
ele também teria feito compras
em nome de suas vítimas, sempre
utilizando telefones celulares alugados para não ser achado.
A polícia de Nova York ainda
está tentando descobrir como Abdallah agia e quanto ele teria roubado exatamente. Acredita-se que
o rombo possa chegar a milhões
de dólares.
"Ele é o melhor (hacker) que já
tive de enfrentar", disse o investigador Michael Fabozzi ao diário
"The New York Post". Outro investigador da polícia de Nova
York, chamado Jahmal Daise,
afirmou que é "muito raro encontrar um caso tão bom".
Abdallah foi detido durante
uma operação especial da polícia.
Os investigadores enviaram um
pacote a um endereço falso que
ele utilizava, e, quando chegou
para apanhá-lo dirigindo um Volvo, Abdallah foi preso.
Texto Anterior: "Ataques buscam obter apoio popular", diz ativista Próximo Texto: Panorâmica - Peru: Começa novo julgamento de americana acusada de colaborar com terrorismo Índice
|